O TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) decretou ontem a prisão preventiva do delegado da Polícia Civil, Marcelo Marinho de Noron...
O TJDF
(Tribunal de Justiça do Distrito Federal) decretou ontem a prisão preventiva do
delegado da Polícia Civil, Marcelo Marinho de Noronha, preso na sexta-feira (4)
por suposto tráfico de drogas. Ele foi flagrado com uma plantação de maconha em
casa. Além do delegado, a mulher e dois filhos dele estão presos
preventivamente pelo mesmo motivo. A defesa da família nega tráfico e argumenta
que a plantação em moldes industriais era para uso medicinal para depressão e
que o delegado pretendia montar uma empresa para vender canabidiol, princípio
ativo da maconha. O cultivo da planta é proibido no Brasil.
A plantação
foi encontrada em uma casa que a família mantinha em São Sebastião, região
administrativa do Distrito Federal. No local, havia mais de 100 pés de maconha
no quintal, além de sementes da planta armazenadas. Marcelo atualmente trabalha
na Comissão Permanente de Disciplina da Corregedoria-Geral da Polícia Civil,
departamento que apurou a denúncia anônima que resultou na prisão. Em nota ao
UOL, a corporação afirmou que não poderia repassar informações sobre o caso
porque os "procedimentos da corregedoria são sigilosos", mas
confirmou que a direção da polícia "pediu a exoneração do delegado
envolvido nessa ocorrência".
O advogado
da família presa, Cléber Lopes, disse que a prisão ocorreu por suposto crime de
tráfico de drogas. Ele negou que os envolvidos tenham ligação com qualquer tipo
de venda ilícita do entorpecente.
Maconha era
para depressão, diz defesa De acordo com Cléber Lopes, a Polícia Civil pediu a
prisão da família após monitorar os envolvidos ao longo de dez dias. As
investigações teriam sustentado que o delegado visitava a casa duas vezes ao
longo do dia, o que reforçaria a suspeita sobre eventual tráfico de drogas.
"A
polícia descreveu atos completamente rotineiros da família, como o fato de ele
ir à chácara duas vezes ao dia. Como maconha é planta, tem que regar de manhã e
de tarde. Não tem nenhuma evidência de tráfico, como algum fato externo ou
alguém que comprou maconha dele. Não tenho dúvida da absolvição no
mérito", afirma o advogado. A defesa alega que Noronha tem uma receita
médica obtida nos Estados Unidos que o orienta a consumir canabidiol como
alternativa de tratamento para ansiedade e depressão. Porém, a defesa não soube
precisar se a receita tem validade no Brasil. A Anvisa (Agência Nacional de
Vigilância Sanitária) proíbe o cultivo da planta em território nacional.
Delegado
pretendia vender canabidiol Segundo a defesa, o delegado tinha intenção de ter
uma empresa para venda de canabidiol, em caso de liberação da substância pela
Anvisa, o que justificaria a quantidade de plantas cultivadas no imóvel. Ele já
teria até modelos de contrato de vendas futuras. "Eles acreditavam que
plantando e desenvolvendo, pudessem produzir de maneira comercial quando a
Anvisa permitisse. Ele chegou a minutar o contrato da empresa formada no
futuro. O cara que é traficante vai fazer contrato de uma empresa de
canabidiol?", critica o advogado. As informações são da UOL.
Da redação do site LEI & POLÍTICA
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