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Um dos projetos premiados é “Penha está na escola!”, do CED 310 de Santa Maria, que traz a discussão de gênero e da violência contra a mulher para o ambiente escolar
Professores expuseram os seis projetos agraciados com o selo de Práticas Inovadoras da educação pública em audiência remota da Câmara Legislativa na tarde desta segunda-feira (15), transmitida ao vivo pela TV Web CLDF e pelo canal da Casa no Youtube. Autor da iniciativa, o deputado Leandro Grass (Rede) salientou que o selo reconhece e celebra aqueles professores que “romperam os paradigmas para refazer, a partir de uma prática inovadora, o processo pedagógico”. Ele acredita que a qualidade da aprendizagem diferenciada é observada principalmente na educação pública.
Criado em 2019, o selo de Práticas Inspiradoras tem como objetivo difundir e replicar tais práticas, de acordo com a coordenadora de mobilização e participação do gabinete parlamentar de Grass, Thaynara Melo. Em duas edições, foram premiadas onze escolas com cerca de R$ 600 mil, oriundos de emendas parlamentares via Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária (PDAF), além de moções de louvor e troféus. A escolha dos projetos é feita por um conselho curador, segundo Melo. Ela também destacou que as informações sobre o edital de participação estão no site do gabinete.
Experiências premiadas
Idealizador do projeto “Piscicultura na Escola”, o professor Vanilson José Lourenço, do Centro Educacional do Programa de Assentamento Dirigido (CED-PAD) do Paranoá, contou que a ideia surgiu de uma demanda dos alunos da escola do campo, que retiraram os entulhos e revitalizaram o tanque de peixes, hoje em plena atividade. Professor de Geografia, Vanilson disse que um dos focos do projeto é propor a piscicultura como centro gerador de conhecimento. Para ele, o selo representa a “valorização do trabalho” desenvolvido na escola.
Já o professor Francenylson Luiz Santos apresentou o projeto Robótica Livre e Aluno Maker Digital, do Centro Educacional 104 do Recanto das Emas. Voltado para a robótica e inteligência artificial, a proposta surgiu a partir do perfil dos alunos do ensino fundamental, usuários tecnológicos que desejavam criar, segundo Santos. “A receptividade dos alunos na experiência de criação de robôs tem sido incrível”, relatou.
Reconhecimento
Vencedor do prêmio Itaú-Unicef e existente desde 2015, o projeto RAP (Ressocialização, Autonomia e Protagonismo), desenvolvido na Unidade de Internação de Santa Maria em parceria com o Centro Educacional 310 da cidade, usa o RAP como ferramenta pedagógica, de acordo com o professor Francisco Celso Leitão Freitas, selecionado entre os cinquenta melhores professores do mundo pela Global Teacher Prize. “O selo Práticas Inovadoras é mais um reconhecimento do projeto RAP, que ganha cada vez mais visibilidade”, comemorou. Durante a audiência, foi apresentado o videoclipe dos socioeducandos, “18 razões para a não redução da maioridade penal”, exibido na 52ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.
Também do CED 310 de Santa Maria, o projeto “Penha está na escola!” traz a discussão de gênero e a questão da violência contra a mulher para a escola, como ambiente de escuta, segundo a idealizadora da proposta, professora Vânia Lúcia Souza. A experiência tem sido aplicada há quatro anos.
Por sua vez, a professora Flavia Christina Silva, do Centro Educacional São Francisco, de São Sebastião, escola conhecida como “Chicão”, apresentou o projeto “Selfie Pedagógico”, que trabalha a autonomia dos alunos em oficinas de expressão artística. Já a professora Geiza Severino Botelho explanou sobre o projeto Expocemi (Exposição de Ciência e Tecnologia), do Centro de Ensino Médio Integrado à Educação Profissional do Gama, voltado à iniciação científica.
Também participaram da audiência vários gestores de centros educacionais, que elogiaram a iniciativa, agradecendo pelo reconhecimento dos projetos, como o diretor do CED 310 de Santa Maria, Wagner Lemos. Para ele, os trabalhos premiados refletem o perfil humanitário da escola.
Próxima edição
Ao final do encontro, o deputado Leandro Grass anunciou que a terceira edição do selo de Práticas Inovadoras contemplará as experiências desenvolvidas durante a pandemia. “Há um ano com as aulas presenciais suspensas, não faltam exemplos de docentes que fizeram malabarismos para atender os estudantes”, reforçou. Ele adiantou que um livro com todas as iniciativas premiadas será lançado ainda neste ano. As informações são do Núcleo de Jornalismo – Câmara Legislativa
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