Dois cabeças do Comboio do Cão foram detidos nesta quarta. O líder do grupo, conhecido como Willinha, está preso desde abril. A Polícia C...
Dois cabeças do Comboio do Cão foram detidos nesta quarta. O líder do grupo, conhecido como Willinha, está preso desde abril.
A Polícia Civil
do Distrito Federal (PCDF)
acredita que a facção criminosa Comboio do Cão seja responsável por ao menos 30 homicídios,
todos cometidos com requinte de crueldade. A facção é reconhecida pelo
“exibicionismo” nos assassinatos. Nesta quarta-feira (17/11), a Delegacia de
Repressão ao Crime Organizado do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime
Organizado (Draco/Decor) prendeu a cúpula da quadrilha. Foram
expedidos 19 mandados de prisão cautelar. Desses, 15 foram cumpridos nas primeiras horas do dia.
Além das
prisões, bens, dinheiro, drogas, armas, e aproximadamente 10 mil munições foram
apreendidos. O delegado chefe da Draco, Adriano Valente, e o delegado adjunto
da especializada, Jean Mendes, detalharam que os mandados foram cumpridos em
cidades do DF e do Entorno.
Veja imagens da operação:
Os presos vão responder, a
princípio, por tráfico de drogas, organização criminosa, posse e porte ilegal
de arma de fogo, tráfico de arma de fogo, lavagem de dinheiro. “Além de uma
série de homicídios que, com a operação de hoje, a gente acredita que vai
conseguir elucidar grande parte deles”, pontuou Valente. “No total, hoje, há
cerca de 30 homicídios que são imputados ao Comboio do Cão”, contou o delegado.
O Comboio do Cão atua
principalmente no Riacho Fundo e no Recanto das Emas. A PCDF acredita que
grande parte dos homicídios tenha ocorrido por disputa de território com outras
facções.
A Operação Cálifa foi a quarta
grande ação deflagrada contra a organização criminosa, além de ações pontuais,
a exemplo da prisão de Ruan Rodrigues de Souza, 27 anos, conhecido como R7,
acusado de cometer um feminicídio dentro de um motel no DF, no início deste
mês. Antes da ação desta quarta, a PCDF tinha deflagrado as operações Rosário,
Judas e a prisão do líder do Comboio do Cão, Willian Peres Rodrigues, conhecido
como “Willinha”, na cidade de Paranhos (MS), na fronteira com o Paraguai, em
abril de 2021.
“Esse
monitoramento em cima do Comboio do Cão vem sendo feito ininterruptamente pela
Draco. Com a prisão do Willinha no mês de abril, a gente conseguiu um abalo
muito grande no grupo. E essa operação de hoje visava dar o golpe final para
desestruturar definitivamente essa facção no DF”, contou Valente. Foram presos
dois membros responsáveis por substituir o antigo líder, encarregado da parte
financeira do grupo criminoso.
“Esse é um ponto muito importante nas operações da Draco, que promover a
asfixia financeira das organizações criminosas. Porque de nada adianta a
prisão, se o dinheiro continua com a organização para que os membros sejam
substituídos”, explicou. Mesmo assim, a PCDF continuará o monitoramento na
facção. Somando todas as operações, 70 membros do grupo criminoso estão atrás
das grades, segundo a corporação.
A Draco também prendeu o
integrante que tinha a missão de abastecer os bandidos com armas e munições. “O
membro que realizava a comercialização dessas munições tem o certificado de
CAC, de colecionador. Ele utilizava disso para adquirir essas munições e
repassar aos comparsas”, explicou Valente.
Segundo o delegado, a facção
nascida no DF começava a avançar para o Entorno do DF e outras unidades da
federação. E buscava parcerias com grupos criminosos internacionais, a exemplo
de facções do Paraguai. A Cáfila contou com apoio da Divisão de Operações
Aéreas da PCDF, do Departamento de Operações Especiais (DOE), Polícia Militar
de Goiás (PMGO) e a Polícia Civil de Goiás (PCGO).
A operação apreendeu 20 armas,
inclusive pistolas com seletor de rajada e carregador estendido, que são marcas
características da facção para homicídios e execuções de grupos rivais. Os
investigadores recolheram R$ 20 mil em espécie, grande parte em notas pequenas
que caracterizam o tráfico, mais de 1 kg de cocaína, além de porções de outras
drogas.
De acordo com a PCDF o grupo
estava avançando na lavagem de dinheiro. Na operação, foram bloqueados dois
imóveis de alto padrão no Recanto das Emas e Riacho Fundo 2. Ambos de elevado
padrão, com valores de R$ 1 milhão e R$ 500 mil. Além disso, os investigadores
apreenderam três carros de luxo.
Da redação com informações do site Metrópoles
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