Nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão. Donos de u...
Nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão.
Nos últimos dois anos, a organização criminosa comprou oito veículos da marca Porsche, de valor unitário próximo a R$ 1 milhão, e nos últimos seis meses movimentou mais de R$ 8 milhões distribuídos em sete contas bancárias, segundo investigações da PCDF.
Veja os carros do policial militar:
Três veículos da Porsche e uma BMW X4 foram apreendidos durante a ação. Os carros estão avaliados em R$ 3 milhões. A Justiça também bloqueou as sete contas bancárias, de pessoas físicas e jurídicas, que contêm os R$ 8 milhões faturados com o esquema de extorsão.
Ativos nas redes sociais, os irmãos costumavam fazer fotos e vídeos nos veículos de luxo. Em dezembro de 2020, Ronie Silva divulgou imagem de seu “presente de Natal”. Trata-se de uma Porsche Carrera. O carro custa, em média, R$ 840 mil.
Em janeiro deste ano, o sargento divulgou a compra de uma BMW i8 avaliada em R$ 500 mil. No mesmo mês, o policial adquiriu outra Porsche Carrera 0 Km. O PM chegou a postar que estava “chegando de Porsche para comprar outra Porsche”. Em abril, o militar adquiriu outro carro de luxo. Na ocasião, ele explicou que o modelo era exclusivo e disse: “Há quase 1 ano esperando esse carro chegar no Brasil”.
Por meio de seu perfil no Instagram, o sargento mostrava, diariamente, passeios pelas ruas de Brasília e testava a potência dos motores nas rodovias. Confira:
Segundo investigações da Divisão de Roubos e Furtos da Polícia Civil do Distrito Federal (DRF/Corpatri), a engrenagem criminosa era altamente lucrativa e demandava saques em espécie de quantias milionárias. Em ação controlada comunicada à Justiça, equipes de policiais da DRF acompanharam dois saques milionários realizados em agências bancárias do DF – um de R$ 800 mil e outro de R$ 530 mil.
Em vídeo publicado por Ronie Silva no perfil no Instagram, é possível ver uma das casas dos irmãos em Vicente Pires. O imóvel conta com piscina, área de lazer, churrasco, ambientes climatizados e uma garagem repleta de carros importados.
S.O.S. Malibu
O esquema milionário de agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro, capitaneado pelo sargento da PMDF e seu irmão, foi desmantelado em operação deflagrada nas primeiras horas desta terça-feira (16/11), pela Polícia Civil (PCDF). Equipes da DRF cumpriram 15 mandados de busca e sete de prisão em Vicente Pires, Taguatinga e São Paulo. A operação foi batizada em menção ao nome da concessionária de veículos dos irmãos.
A Operação S.O.S Malibu teve como principais alvos o sargento da PMDF Ronie Peter Fernandes da Silva e o irmão dele, o empresário Tiago Fernandes da Silva. Ambos são apontados nas investigações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri) como os líderes de uma organização criminosa especializada no empréstimo de dinheiro a juros exorbitantes, caracterizando a agiotagem ou usura.
Quem não pagava as prestações em dia tornava-se alvo de violentas ameaças. Durante as cobranças, além de coagir as vítimas, o grupo tomava veículos e exigia a transferência de imóveis dos endividados. A apuração ainda demonstrou que os valores da agiotagem eram ocultados por meio da compra de veículos de luxo registrados em nome de terceiros, além da utilização de empresas de fachada.
Confira imagens da operação:
Organização estruturada
As apurações conduzidas pela PCDF definiu como funcionava a estrutura da organização criminosa. O esquema era hierarquizado e havia divisão de tarefas. Na cadeia de comando havia os irmãos Ronie e Tiago, que emprestavam os valores e cobravam os endividados, mediante grave ameaça. O sargento da PMDF ainda era responsável pela aquisição dos veículos de alto luxo.
Também foram presos na operação cinco operadores financeiros do grupo, responsáveis pela dissimulação, isto é, pela sequência de transações e saques em contas de empresas de fachada, que visavam conferir aparência lícita aos valores faturados com a agiotagem. Três deles também eram responsáveis pela ocultação do dinheiro, pois cediam os nomes para o registro dos veículos de alto luxo, cujo verdadeiro dono era o sargento Ronie.
Os mandados de prisão, busca domiciliar e apreensão e sequestro foram expedidos pelo Juiz da Vara Criminal de Águas Claras. Valores e outros objetos apreendidos serão descritos oportunamente. A operação contou com o apoio do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil de São Paulo.
Outro lado
Por meio de nota, a PMDF informou que também apura o caso. “A Polícia Militar já instaurou um procedimento apuratório sobre o caso de imediato. A instituição não compactua com qualquer desvio de conduta de seus integrantes. Comprovado os indícios de irregularidades ou crime, todas as medidas cabíveis ao caso serão tomadas”, diz o texto.
da redação com informações do Metrópoles
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