A Polícia Civil do Distrito Federal— PCDF, realiza, na manhã desta sexta-feira (29), por meio do trabalho de investigação da equipe da 9ª DP...
A Polícia Civil do Distrito Federal— PCDF, realiza, na manhã desta sexta-feira (29), por meio do trabalho de investigação da equipe da 9ª DP (Lago Norte), com apoio operacional da Polícia Civil do Rio Grande do Sul— PCRS, operação para cumprir mandado de busca e apreensão na cidade de Campo Bom/RS, visando buscar elementos de prova e avançar em investigações do golpe dos nudes. O alvo é um hub— concentrador dos valores desviados pelo grupo. Na conta desse investigado, já foram identificados depósitos, de diferentes montantes, realizados por pelo menos 15 vítimas, residentes em diversos estados da federação.
Os criminosos proativamente selecionam, nas redes sociais, vítimas em potencial. Depois de eleger os alvos pela faixa etária e status social, fazem contato por mensagem e iniciam um assédio. Um dos integrantes do grupo passando-se por uma mulher bonita, finge interesse, fazendo elogios, e solicita um contato de WhatsApp para iniciar uma conversa mais reservada.
“A vítima acaba caindo na armadilha e passa a manter bate-papos íntimos com a suposta mulher, que passa a enviar nudes e solicitar das vítimas a mesma atitude. Depois que a vítima está completamente envolvida, os supostos pais da mulher aparecem e passam a dizer que a vítima estava conversando com uma adolescente, de apenas 13 anos. Ameaçando escândalo, os criminosos passam a extorquir a família, pedindo altas quantias, inclusive para não noticiar os fatos à polícia”, conta o delegado Erick Sallum, da 9ª DP.
Desse modo, apesar de as vítimas resistirem a fazer os depósitos, os criminosos persuadiam, com envios de vídeos, mostrando aos supostos pais e mães da adolescente, um suposto depoimento, na presença do delegado de polícia, narrando os fatos. Outras vezes, os envolvidos também ligam, fingindo ser da própria polícia, e solicitam o dinheiro para arquivar a ocorrência.
“Quando as vítimas efetuam o pagamento de altos valores, os criminosos enviam um vídeo no qual quebram um celular com martelo, dizendo que o aparelho seria da suposta mulher e a vítima poderia ficar tranquila, pois a mensagem fora destruída”, conta Sallum.
Os mesmos vídeos já foram usados, diversas vezes, por outros grupos presos. Eles são comprados na internet e usados por outros grupos no mesmo modus operandi. “Em que pese outras operações da Polícia Civil, ainda existem vítimas caindo na mesma história”, explica o delegado.
A investigação teve início para apurar ocorrência do golpe aplicado em uma vítima moradora do DF. Ela teria pago a quantia de R$ 15 mil ao grupo. E, a partir das apurações, os investigadores chegaram a outras 15 vítimas, moradoras dos estados de MG, MS, GO, SC, RS e MT, que também depositaram valores nas contas dos criminosos.
“Uma das vítimas chegou a pagar cerca de R$ 220 mil aos bandidos. Outras optaram por não registrar ocorrência em seus estados por se sentirem envergonhadas. Os valores eram depositados de maneira fragmentada, em dezenas de contas, que depois eram concentradas num indivíduo central, alvo das buscas desta manhã. Esse indivíduo depois sacava os valores em caixas eletrônicos e repassava para terceiros ainda desconhecidos”, explica o delegado.
As investigações apontaram, ainda, que os responsáveis pelos envios das mensagens usaram servidores internacionais para se manterem camuflados. Com as informações obtidas nas buscas e, em especial, o depoimento do investigado, a investigação será encaminhada às demais Polícias Judiciárias dos estados envolvidos.
Todos os envolvidos serão indiciados por extorsão, organização criminosa e lavagem de dinheiro com penas somadas que podem alcançar cerca de 26 anos de reclusão.
O delegado faz um alerta à população de que, embora esses vídeos já tenham sido usados por diversos outros grupos criminosos, ainda existem pessoas caindo no golpe. Nessa perspectiva, solicita-se à mídia que faça ampla divulgação dos fatos para informar sobre o golpe e o envio dos falsos vídeos às pessoas.
“A PCDF tem sistematicamente deflagrado operações interestaduais para combater crimes cometidos por indivíduos localizados em outros estados e residentes nesta capital. A presente operação é mais uma prova que cometer crime no DF não é um bom negócio. Tentamos demonstrar à população que vale a pena registar ocorrência, pois não mediremos esforços para dar uma resposta às vítimas”, finaliza o delegado Erick Sallum.
Da redação com informações da Assessoria de Comunicação/DGPC
Nossa missão é investigar
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