Diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite, Aline Nascimento, detalha as ações e programas realizados em benefício da população - (Foto...
Diretora da Biblioteca Pública Benedito Leite, Aline Nascimento, detalha as ações e programas realizados em benefício da população - (Foto: Rodrigo Ribeiro).
Com uma média de 10 mil usuários por mês, a Biblioteca Pública Benedito
Leite (BPBL) se destaca no pioneirismo do segmento para o acesso à
informação, incentivo à leitura, educação e cultura, bandeiras
defendidas durante o Dia Nacional da Biblioteca, celebrado no dia 9 de
abril. Em entrevista à reportagem, a diretora da BPBL e coordenadora do
Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas, Aline Nascimento, falou sobre
os investimentos públicos realizados nos últimos anos e o papel de
destaque que a biblioteca tem alcançado com os serviços desenvolvidos.
“Temos
muitas datas importantes celebradas em abril como o Dia Nacional da
Biblioteca, o Dia Internacional do Livro Infantil, Dia Nacional do
Sistema Braille e o Dia Nacional de Monteiro Lobato. Por conta de tudo
isso, estamos promovendo diversas atividades ao longo de todo o mês, já
tivemos uma oficina de fantoches direcionada à educação inclusiva, vamos
falar da importância de livros para pessoas com deficiência, teremos um
balcão do direito autoral para registro de obras e muitas outras
ações”, explicou Aline Nascimento.
Ela detalha que a biblioteca
maranhense é referência em várias áreas, como na acessibilidade física e
atitudinal – que consiste em um tratamento sem preconceitos,
estereótipos e discriminações – contando com uma sala com recursos em
braille. Outro destaque é que a Benedito Leite é a primeira biblioteca
pública do país a ter um aplicativo próprio para a consulta do acervo e a
primeira do Nordeste a ter uma biblioteca digital.
A BPBL possui
o maior acervo de autores maranhenses do país, incluindo obras raras –
como as críticas teatrais enviadas a Arthur Azevedo por Machado de Assis
– e a mais completa coleção de jornais do estado, além de registros
importantes como o Diário Oficial, desde a primeira edição em 1906.
Atualmente, a biblioteca conta com um acervo de aproximadamente 140 mil
materiais e a cada mês são incorporados mais itens, todos
disponibilizados de forma completamente gratuita para a população.
“O
Governo do Estado tem investido na compra de obras e esses livros não
ficam restritos à capital uma vez que a Biblioteca Pública Benedito
Leito coordena o Sistema Estadual de Bibliotecas, então esse acervo é
distribuído a todas as bibliotecas públicas e comunitárias do estado. Um
exemplo foi a aquisição de Úrsula, o primeiro romance abolicionista do
Brasil escrito pela maranhense Maria Firmina dos Reis, que foi comprado e
distribuído em bibliotecas públicas e comunitárias”, destacou a
diretora da BPBL.
Para todos os maranhenses
Além
dos investimentos em relação ao acervo, a Benedito Leite também presta
apoio aos municípios para a implantação de bibliotecas e capacitação de
servidores. “É um trabalho de rotina que fazemos de acompanhamento
capacitando as equipes desses municípios e renovando acervos para que
sejam espaços vivos. Essa é uma demanda do governador Carlos Brandão
para que seja dado esse apoio e esses serviços sejam melhorados a cada
dia para que cada biblioteca do Maranhão seja um pouco da Benedito
Leite”, informou Aline Nascimento.
Ela também destacou que o
Farol do Saber é uma biblioteca pública que o Estado revitaliza e
entrega para o município administrar e o Sistema de Estadual de
Bibliotecas entra com o apoio, orientação técnica, capacitação e
renovação do acervo.
“Bibliotecas são os espaços mais
democráticos de acesso à informação e são lugares que acolhem, cuidam e
transformam vidas. Não existe nenhuma outra forma de exercer a sua
cidadania senão pelo conhecimento”, frisou a diretora.
Do Maranhão para o mundo
Com
os avanços alcançados como referência em várias áreas, a Benedito Leite
é fonte de consulta dentro e fora do Maranhão. Por mês, a biblioteca
recebe uma média de 10 mil usuários, e nos últimos dois meses,
considerando o acesso aos diversos serviços da versão digital da
biblioteca
([url=http://casas.cultura.ma.gov.br/portal/bpbl/acervodigital/]http://casas.cultura.ma.gov.br/portal/bpbl/acervodigital/[/url]),
foram 50 mil atendimentos em cada mês.
“Nós temos a tecnologia a
nosso favor. Uma das ações é a digitalização das obras raras como os
manuscritos de Machado de Assis. Com isso, a gente democratiza o acesso,
preserva o documento original e a biblioteca consegue atender pessoas
em qualquer lugar do mundo, temos público de países da Europa e da
América do Norte que acessa o nosso acervo”, observou a diretora Aline
Nascimento.
Atendimento ao público
A
Biblioteca Benedito Leite funciona de segunda a sexta-feira no horário
das 8h30 às 19h. O acesso ao acervo é completamente gratuito na
biblioteca e em caso de retirada de livros é preciso fazer um cadastro
apresentando a carteira de identidade, CPF, e-mail e comprovante de
residência (São Luís, São José de Ribamar, Paço do Lumiar ou Raposa).
O
acervo da Benedito Leite pode ser consultado pelo aplicativo APP BPBL,
disponível para Android e IOS, que também permite a reserva de livros
para retirada na biblioteca.
A BPBL também dispõe de um canal de atendimento pelo e-mail informacaoutilitaria.bpbl@gmail.com
para a participação de grupos nas atividades desenvolvidas, como
contação de histórias e visitas guiadas pela biblioteca. Por conta da
procura pelos eventos literários deste mês, as vagas estão esgotadas
para abril.
História
A Biblioteca Pública
Benedito Leite foi aberta em 3 de maio de 1931 com o nome de Livraria
Pública. Ela recebeu o nome atual em 1958 em homenagem ao jornalista
Benedito Leite. Antes de ter a sede própria em 1951, funcionou em
diversos lugares como o Convento Nossa Senhora do Carmo, na Praça João
Lisboa; uma sala da antiga Assembleia Legislativa, na Rua do Egito; uma
sala do Liceu Maranhense, na Rua Urbano Santos; e também no prédio que
hoje abriga a Academia Maranhense de Letras (AML), na Rua da Paz. Desde
1951 está localizada na Praça Deodoro e sua imponente arquitetura
neoclássica chama a atenção de quem passa pelo complexo arquitetônico e
surpreende os usuários com um espaço interno moderno.
O acervo da
biblioteca começou a ser formado a partir de doações da comunidade e
também da compra ou doação de bibliotecas particulares por famílias de
escritores, como a biblioteca particular de Humberto de Campos, de
Urbano Santos, a coleção de manuscritos de Arthur Azevedo, dentre outros
intelectuais. Atualmente, a Biblioteca Pública Benedito Leite está
entre as cinco bibliotecas públicas mais modernas do país, com a grande
missão de formar leitores e preservar milhares de documentos, sendo
depositária da memória bibliográfica maranhense.
Da redação com a fnte da ASCOM/MA
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