A primeira Casa da Mulher Brasileira do Distrito Federal foi construída em 2015, na Asa Norte. Problemas de edificação, no entanto, levaram a antiga unidade a ser interditada pela Defesa Civil três anos depois. O espaço reabriu suas portas em uma nova sede, em Ceilândia, em 20 de abril de 2021. Só no primeiro ano de atividade, o equipamento atendeu 3.717 mulheres. Até março deste ano, foram mais 1.320 atendimentos.
Atendimento 24 horas
O número reflete a disponibilidade da Casa para receber vítimas de agressão. Em qualquer dia da semana, a qualquer horário, o equipamento está preparado para acolher mulheres em situação de vulnerabilidade. Elas são atendidas por psicólogos, assistentes sociais e advogados. E, juntamente com essa equipe, traçam o melhor caminho para sair da situação de violência. O acompanhamento psicossocial é feito enquanto for necessário.
“Os dois anos de funcionamento da CMB representam um marco importante na proteção dos direitos das mulheres em situação de violência”, avalia a secretária da Mulher, Giselle Ferreira. “Nesse período, a Casa ofereceu serviços especializados e integrados que contribuíram para a reconstrução dos projetos de vida de milhares de mulheres. É um espaço que reforça o compromisso do GDF com o combate à violência de gênero.”
Em busca de maior capilaridade, o GDF anunciou, no início deste mês, a construção de mais quatro unidades da CMB – em São Sebastião, Recanto das Emas, Sobradinho II e Sol Nascente. Três delas já contam com recursos previstos, enquanto a quarta se encontra em fase de estudo técnico. O objetivo é que a Casa esteja mais perto de quem precisa.
Alojamento de passagem
Acolhimento se dá de duas formas, explica a diretora da CMB, Cleia Souza, a Mana: “As vítimas podem ser encaminhadas pela Deam ou pela Defensoria Pública, mas também recebemos mulheres que buscam ajuda de forma espontânea” Um dos principais serviços oferecidos pela CMB é o abrigo temporário, inaugurado em julho do ano passado. O local pode receber, a qualquer hora do dia, mulheres em situação de violência doméstica acompanhadas ou não de filhas (sem limite de idade) e filhos (até 12 anos). O alojamento oferece amparo por até 48 horas, tempo necessário para que sejam tomadas as devidas providências sobre o caso.
“As vítimas podem ser encaminhadas pela Deam [Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher] ou pela Defensoria Pública, mas também recebemos mulheres que buscam ajuda de forma espontânea”, comenta a diretora da CMB, Cleia Souza, mais conhecida como Mana. “O alojamento temporário recebe mulheres em risco iminente de morte ou cujo agressor tenha descumprido medida protetiva de urgência.”
Logo que chegam ao abrigo, a mulher e seus dependentes recebem alimentação e um kit de higiene pessoal – o que, no caso de mães de bebês, inclui fraldas. O espaço conta com 14 camas, cozinha, sala de tevê, banheiros e brinquedoteca para as crianças. “Após o prazo de dois dias, as vítimas são conduzidas à própria residência, à casa de parentes ou a outro serviço de acolhimento, como a Casa Abrigo”, explica Mana.
“Trabalhamos o fortalecimento da autonomia financeira, tanto incentivando o empreendedorismo quanto apostando na qualificação socioemocional, tão valorizada no mercado de trabalho”
Renata Aguiar, subsecretária de Promoção das Mulheres
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