Um grupo acusado de uma série de crimes virtuais, incluindo incitação à automutilação, violência psicológica, extorsão sexual e ameaça, fo...
Os investigadores apuram a prática da crimes de constrangimento ilegal, ameaça, violência psicológica contra a mulher, estupro de vulnerável, apologia de crime ou criminoso, incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, todos praticados em aplicativos de mensagens da internet. As investigações foram conduzidas pelo Laboratório de Investigações Cibernéticas da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Ciberlab/Diopi/Senasp), pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil do Piauí e pelo Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do MPSC.
O adolescente apontado como mentor intelectual dos crimes possuía perfis de culto a símbolos nazistas e automutilação. Além de idolatrar e propagar imagens de autores de massacres escolares, segundo a investigação, ele divulgava links de grupos que continham conteúdos de tortura, pedofilia, violência contra animais e pessoas. Diante de ameaças, o adolescente exigia que uma ex-namorada realizasse automutilação em frente às câmeras.
Dentre os perfis identificados inicialmente pelos promotores que atuam em Santa Catarina, um tratava-se de uma adolescente que, pelos indícios verificados, tinha a intenção de incendiar uma escola. Durante o percurso da investigação, no entanto, a polícia descobriu que ela estava sendo vítima de extorsão sexual, onde era chantageada a praticar crimes sob ameaças de que teria fotos íntimas divulgadas.
Os mandados de busca e de internação provisória foram cumpridos nas cidades de Ilha Grande (PI), Biguaçu (SC), Lucas do Rio Verde (MT) e Macaé (RJ). “Hoje, a quantidade de crimes cometidos em meio cibernético já é maior que os cometidos fisicamente. Os pais e sociedade têm papel fundamental nesse contexto, devendo proteger as crianças e adolescentes por meio da orientação e acompanhamento. Abusos não serão tolerados em nenhum meio”, alertou o diretor de inteligência da Polícia Civil do Piauí, Anchieta Nery.
Vulnerabilidade
Durante lançamento do Programa de Ação na Segurança (PAS), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, enfatizou a necessidade de proteger as crianças e adolescentes também de situações e crimes praticados com o suporte de tecnologia.
“Hoje fizemos uma operação enorme em vários estados em razão de mutilações, apologia de neonazismo e abuso sexual envolvendo adolescentes aglomerados em plataforma de tecnologia”, lamentou.
Ele testemunhou que há imagens de adolescentes mutilados que se violentaram. “Isso não é uma sociedade pacífica, não é uma sociedade saudável”, afirmou.
*Colaborou Luiz Claudio Ferreira
Matéria alterada às 18h27 para acréscimo dos três últimos parágrafos
Da redação com a Fonte: Agência Brasil
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