O período sabático parece ser um costume deste século, mas é uma prática milenar. Há três mil anos, já existiam indícios do “Shmita”. O perí...
O período sabático parece ser um costume deste século, mas é uma prática milenar. Há três mil anos, já existiam indícios do “Shmita”.
O período sabático parece ser um costume deste século, mas é uma prática milenar. Há três mil anos, já existiam indícios do “Shmita”, prática encontrada na Torá, livro judeu, que indicava que os trabalhadores rurais dessem um descanso de um ano para a terra, após 6 anos de produção. “Assim como o sábado é um dia importante para descanso na tradição cristã e judaica, o Período Sabático parte da mesma premissa. Essa tradição judaica ainda existe e a pausa mais recente ocorreu entre 2021 e 2022,” afirma Iara Vilela, jornalista especializada em viagens.
Além da origem do período sabático, a jornalista Vilela, junto com seu marido Eberson Terra, autor e LinkedIn Top Voice, lançam nesta quarta-feira, 20 de setembro, o livro “Sabático: o poder da pausa”, em que o casal compartilha a experiência que tiveram com o “gap year”.
Em entrevista à EXAME, o casal compartilhou cinco dicas para quem tem dúvidas, mas ao mesmo tempo vontade, para viver esse período de pausa que exige renúncia, autoconhecimento e sobretudo planejamento.
1. Conheça o seu propósito para a pausa
Para o casal, não existe idade ou profissão para pensar no período sabático, e sim propósito. Há vários motivos que podem estimular uma pessoa a tirar um tempo do trabalho, seja por saúde mental, seja por questões de estudos ou até transição de carreira.
“É preciso conhecer o propósito para a pausa. Não necessariamente a pessoa vai parar a vida para viajar o mundo, esse pode ser um dos motivos, mas não necessariamente é o único,” afirma Vilela.
Saúde mental
Vontade de viajar
Necessidade de estudar
Outros
2. Planeje todos os custos e defina seus luxos
O Brasil por ter uma desigualdade social, acaba não tendo muito essa cultura de período sabático, principalmente após os estudos.
“O quanto você tem disponível para tirar o período sabático? Você precisa abordar tudo, inclusive os luxos que você não abrirá mão, já que você não terá mais a mesma receita. Pode ser desde dormir no chão, mas não abre mão de um banho quente, mas é importante definir o que te faz satisfeito e feliz dentro das suas condições,” diz Vilela.
Fazer um rascunho real do que você quer fazer e pesquisar o custo de vida para onde você quer ir é fundamental para viver um período sabático de sucesso. Só com planejamento financeiro que você terá ideia do tempo que você poderá ficar fora no mercado, diz Terra.
“Há um grande perigo das pessoas se frustrarem durante o período sabático por não terem um controle financeiro. No livro, listamos três sites, por exemplo, que tem informações de custo de vida das 200 maiores cidades do mundo, até o preço do cafezinho.”
3. Determine o tempo da pausa e os destinos
Traçar os destinos e o tempo que pretende fazer o período sabático é importante para definir os custos e as experiências, mas o casal reforça que o período sabático não precisa ser só de um ano. Depende muitos das condições e motivações de cada pessoa.
“Não existe idade ou áreas, mas sim um propósito. Veja quanto tempo o seu objetivo exige você ficar fora do mercado e se planeje financeiramente para isso,” diz Vilela.
Ter tempo livre pode ser bom, mas se não for bem aproveitado pode trazer experiências ruins.
“Assusta um pouco quando você sai nos primeiros dias do período sabático e você não sabe o que fazer com o seu tempo livre,” diz Terra.
O “estar livre” remete muito ao tema do ócio criativo, trazido pelo sociólogo italiano Domenico De Mais, e que também foi abordado no livro, segundo Terra.
“De Mais já previa em seu livro lançado em 2002 que o homem não precisaria mais trabalhar sob as condições do tradicionais, como 8 horas por dias no escritório ou fábrica,” diz Terra.
Trazendo para o dia de hoje, a tecnologia e o home office forçado pela pandemia, trouxeram um apoio fundamental para que a produção continue acontecendo, enquanto a maioria dos profissionais tenham mais tempo para usufruir (se desejarem) do ócio criativo, ou seja, tenham mais espaço para pensar e serem criativos, afirma Terra.
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Texto: Layane Serrano
Da redação com a fonte: EXAME via LinkedIn
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