Sopa de capeletti, polenta brustolada, radicci, massa e galeto. Esse cardápio bem que poderia estar num restaurante das ruas do norte da It...
Sopa de capeletti, polenta brustolada, radicci, massa e galeto. Esse cardápio bem que poderia estar num restaurante das ruas do norte da Itália, mas a verdade é que ele vem da serra gaúcha, no sul do Brasil. É por lá que nasceu o Di Paolo, galeteria fundada em 1994 e que quer fechar 2023 faturando 120 milhões de reais. Como? Apostando cada vez mais na expansão nacional.
Desde 2017, eles saíram das divisas do Sul e tomaram novos rumos, entrando em São Paulo. Agora, vão aportar 27 milhões de reais para abrir novas unidades fora do Rio Grande do Sul. Nos planos da empresa, há novas operações no interior de São Paulo, no Paraná, em Goiás, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Por trás dessa expansão, há dois empresários que começaram suas carreiras como garçons.
Um deles é Paulo Geremia, que fundou a Di Paolo há 29 anos. Décimo segundo filho de uma família de imigrantes italianos vinda em 1890 da Província de Vicenza, na região do Vêneto, Geremia abriu a operação em Garibaldi, na serra gaúcha, com a ideia de comercializar o que se comia nas casas do interior gaúcho de descendência italiana.
“Fizemos um restaurante temático, com decoração que fazia remeter à imigração italiana. Além disso, tivemos a sacada de colocar tudo servido à mesa, com reposição à vontade. Pequenas porções servidas na hora que o cliente quisesse. Isso trouxe muitas famílias e muitos empresários para nosso restaurante”.
A experiência em servir veio a Geremia ainda antes de abrir seu restaurante, em 1994. Desde a época em que servia ao quartel, aprendeu a trabalhar como garçom.
“O quartel foi meu primeiro curso, e segui trabalhando em casas diversas depois”, diz. Ele estava em Torres, no litoral gaúcho, quando recebeu um convite para trabalhar como garçom em um restaurante de Bento Gonçalves, e para lá foi. Por dois anos, atuou temperando e assando galeto e servindo os clientes de uma marca chamada Pão e Vinho. Depois disso, ainda foi garçom em outras casas, virou sócio de um restaurante (o que lhe preparou para gestão) e, em 1994, começou a operação que viria a ser o Di Paolo.
Àquela época, talvez nem imaginasse que o negócio ganharia escala nacional - e quem o ajudaria a expandir seria, também, um outro garçom que foi subindo degraus na carreira gastronômica. Em 2017, se juntou à sociedade do Di Paolo na região Sudeste o empresário Jandir Dalberto, o segundo ex-garçom na sociedade. O executivo saiu do interior do Paraná aos vinte anos, trabalhou como ajudante de copa na churrascaria Porcão no Rio de Janeiro, se mudou para São Paulo, se tornou garçom da Fogo de Chão. Por lá, ficou 26 anos, ganhando novas responsabilidades até se tornar CEO da companhia. Foi Dalberto que ajudou em praticamente toda internacionalização da rede de churrascarias. “Quando saiu em 2016, a ideia não era mais voltar para gastronomia, por pressão familiar, filha, esposa, ficava muito tempo fora de casa”, afirma. “Mas no ano seguinte, a vontade de voltar para a gastronomia foi mais forte, conheci o Geremia e me interessei pelo projeto”.
Foi nessa época que a Di Paolo começou a ganhar tração fora do Sul do país, com a abertura da primeira unidade em São Paulo. A ideia, agora, é acelerar esses planos mirando, quem sabe no futuro, unidades também fora do país, assim como foi com a Fogo de Chão.
Texto: Daniel G.
Da redação com a fonte da EXAME via LINKEDIN
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