Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20), vem sendo festejado desde sexta na na unidade de ensino; são 1,5 mil alunos qu...
Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda-feira (20), vem sendo festejado desde sexta na na unidade de ensino; são 1,5 mil alunos que, diariamente, aprendem a valorizar e respeitar a cultura africana.
Durante todo o ano, ensinamentos antirracistas fazem parte do conteúdo dado dentro e fora da sala de aula aos estudantes do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 2 do Paranoá. São 1.500 alunos, incluindo os da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que recebem aprendem sobre a história e cultura do continente africano, o que contribui para a reflexão sobre a influência da população negra na sociedade brasileira.
Já na sexta-feira (17), a instituição começou a promover atividades em alusão ao Dia da Consciência Negra, celebrado nesta segunda (20). Com a presença de diversos convidados, a festa teve desfile de moda da beleza negra, contação de histórias africanas, afro-brasileiras e indígenas.
“O desfile foi para mostrar um pouco da cultura do continente africano, com destaque para as roupa, as variedades das cores nos tecidos, os adornos e acessórios que fazem parte da beleza africana”, resumiu a aluna sexto ano Samila Cristiane Pacheco, 13, que foi modelo pela primeira vez.
Valorização
Desde janeiro, os alunos participam de oficinas relacionadas à cultura negra, nas quais aprendem sobre percussão, pintura em tecidos africanos, dança e capoeira. As oficinas têm o apoio de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e de artistas da cidade.
Nas aulas, os alunos estudam a história, geografia e cultura do continente africano, discutem o papel da mão de obra dos africanos, debatem políticas públicas – como as cotas raciais – e aprendem sobre a valorização dessa ancestralidade.
As ações são fruto do projeto Circulando Africanidades, iniciado em 2015, na Coordenação Regional de Ensino do Paranoá, reunindo professores que trabalhavam essa temática.
Imersão
“Não dá para celebrar a africanidade só em novembro. Isso precisa ser permanente”
Maria Goretti Vieira Vulcão, professora do CEF 2 do Paranoá
Atualmente na coordenação do projeto, a professora de História Maria Goretti Vieira Vulcão lembra que o objetivo é aproximar os estudantes da cultura africana para, assim, ensiná-los a respeitá-la. “As oficinas proporcionam a imersão dos estudantes na cultura afro-brasileira e indígena, que tanto influenciam a nossa cultura”, aponta.
Para ela, esse é um tema que deve ser trabalhado nas escolas o tempo todo. “Não dá para celebrar a africanidade só em novembro. Isso precisa ser permanente”, ressalta. “A gente sabe que alguns ensinamentos só serão amadurecidos amanhã, mas estamos preparando o terreno para esses alunos terem uma vivência mais cidadã”.
“Eu fico muito feliz quando a escola trabalha cultura popular, pois reflete muito o que acredito e o meu trabalho, que é esse resgate da identidade, da nossa ancestralidade”
Martinha do Coco, artista popular
A aluna Samila confirma a importância do projeto: “Estudar sobre identidade negra, em especial a cultura africana, me ajudou bastante. Eu já sofri racismo na minha antiga escola e não sabia me defender. Hoje eu consigo entender o que vivia. Quando você aprende sobre a sua cultura, também aprende sobre o seu valor. Agora me sinto mais bonita e não ligo para o que os outros pensam”.
Ancestralidade
Artista conhecida como Rainha do Paranoá, a musicista Martinha do Coco foi a convidada especial para encerramento da festa no pátio da escola. Pernambucana radicada no DF, ela levou músicas autorais e o melhor da dança regional nesse estilo.
“Eu fico muito feliz quando a escola trabalha cultura popular, pois reflete muito o que acredito e o meu trabalho, que é esse resgate da identidade, da nossa ancestralidade”, afirma. “Os estudantes precisam ter uma referência, e eu me sinto honrada em contribuir com a minha música.”
Da redação com informações da Secretaria de Educação do DF (SEE)
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