Combinação entre aumento das precipitações e de áreas inundadas estimula propagação da bactéria vetor da doença. O grande volume de chuvas d...
Combinação entre aumento das precipitações e de áreas inundadas estimula propagação da bactéria vetor da doença.
O grande volume de chuvas deste início de ano não provoca apenas apreensão quanto a alagamentos e enxurradas, mas também acende o alerta para o aumento dos riscos de transmissão de doenças como a leptospirose. Isso porque a combinação entre aumento das precipitações e de áreas inundadas oferece um cenário propício para a propagação da bactéria leptospira, que é vetor da enfermidade.
“A leptospira é uma bactéria que precisa da umidade para sobreviver; então, nesses períodos chuvosos, é normal termos aumento da transmissão e, consequentemente, de infecções”, detalha o veterinário Frederico Tôrres Braz, da Secretaria de Saúde (SES-DF).
Em 2023, o Distrito Federal notificou 111 casos suspeitos de leptospirose, dos quais nove se confirmaram como infecções causadas pela bactéria leptospira. Do total de conformações, uma resultou em óbito. Neste ano, a pasta registrou duas infecções suspeitas, e ambas estão sob investigação.
O contágio
Segundo o veterinário, boa parte das infecções decorre do contato humano com a urina de animais contaminados e em pontos de alagamento. “Geralmente, os grandes vetores da doença são roedores, que frequentam áreas urbanas, especialmente as redes de esgoto e de drenagem”, aponta Frederico. “Esses animais contaminam, através da urina, poças de água da chuva e áreas alagadas. É muito comum vermos pessoas infectadas após contato com enxurradas e alagamentos”.
“Orientamos que a população evite ter contato com poças próximas a áreas de descarte de lixo, onde há foco de roedores, e que acondicione o lixo de maneira correta para evitar que esses animais sejam atraídos por restos de alimentos”, recomenda Braz.
“Quem precisa manejar áreas possivelmente contaminadas deve usar luvas e botas de borracha, e o mesmo vale para quem trabalha com manuseio de redes de esgoto”, prossegue o veterinário. “Esses aparatos são impermeáveis e blindam a pessoa de ter contato com a água infectada. Quem mora em residência também deve ter atenção redobrada com as caixas de gordura e esgoto, e mantê-las bem-vedadas é imprescindível.”
Sintomas
Os principais sintomas da leptospirose são febre, dores de cabeça e no corpo, principalmente na região lombar e nas panturrilhas. Pessoas infectadas com a bactéria também podem sofrer alterações respiratórias e urinárias, sangramentos, hipotensão, alterações do nível de consciência, vômitos frequentes, arritmias cardíacas e icterícia.
Em caso de suspeita de infecção, é recomendado procurar atendimento na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima de sua residência. É imprescindível que, no ato da consulta, o paciente descreva de maneira detalhada os sintomas e a atividade que possivelmente o levou até a unidade médica.
A SES-DF faz inspeções rotineiras em áreas com grande acúmulo de focos de roedores, bem como promove ações de conscientização sobre os riscos da leptospirose. A população também pode denunciar um eventual foco de vetores da doença na ouvidoria, pelo telefone 162.
Da redação do Portal de Notícias
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