Foto 04 – Após a segunda reunião de negociação, entidades e empresa firmaram o reajuste de 8%, de forma linear, na tabela de preço da varied...
Foto 04 – Após a segunda reunião de negociação, entidades e empresa firmaram o reajuste de 8%, de forma linear, na tabela de preço da variedade Virgínia, valendo para a safra 2023/2024. (Foto Divulgação Afubra)
Pelo terceiro ano consecutivo, as
entidades representativas dos fumicultores assinaram protocolo com a JTI (Japan
Tobacco International). Após a segunda reunião de negociação, entidades e
empresa firmaram o reajuste de 8%, de forma linear, na tabela de preço da
variedade Virgínia, valendo para a safra 2023/2024. Com isso, o valor do kg do
BO1 passa para R$ 22,46. A variação do custo de produção apurado do Virgínia
foi de 5,06%. Com a proposta, o produtor recebe um ganho real de 2,94%. Já para
o Burley, cuja variação do custo de produção apurado é de -1,77%, foi firmado
acordo de um reajuste de 6,56%, não linear, em razão da criação de um plus em
quatro classes que valorizam o tabaco de alta qualidade. Com a proposta, o
produtor recebe um ganho real de 8,33%. O valor do B1 do Burley passa a valer
R$ 20,01.
“Para nós, entidades, a assinatura
do protocolo com a JTI mostra que a empresa vem valorizando o seu produtor
integrado. São três safras seguidas que as partes chegam num acordo que
estabelece um preço mínimo, em tabela, e isso é muito importante”, enfatizam os
representantes dos fumicultores. Eles ainda destacam que a empresa é a que
mantém a tabela com os preços mais altos pagos aos seus produtores integrados.
O presidente do Sindicato dos
Produtores Rurais de Irineópolis e vice-presidente regional norte da
Faesc, Francisco Eraldo Konkol, que também integra a Comissão
para Acompanhamento, Desenvolvimento e Conciliação da Integração (Cadec) da
Faesc, representa a CNA/Faesc no Fórum Nacional de Integração (Foniagro) do
Tabaco e é membro da CNA/Faesc na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco
no MAPA, ressalta que a safra foi bem menor do que havia sido previsto e
as empresas reconheceram que há uma quebra de mais de 100 mil toneladas de
tabaco.
“Com isso, o volume ofertado
será menor e a comercialização será boa para o produtor. Claro que muitos
produtores estão com produção reduzida, o que é preocupante e, por isso, é
importante ter um preço melhor para que seja possível recuperar um pouco a sua
rentabilidade”, frisou.
Konkol afirmou, ainda, que há
empresas que oferecem reajuste abaixo do custo de produção e isso não é
aceitável. “É importante que o produtor observe como elas se comportam. As
empresas que colocam pelo menos o reajuste do custo de produção são as que
podemos confiar um pouco mais, e isso pode ajudar a trazer estabilidade no
comércio do tabaco”.
Para o dirigente a reunião foi
positiva. “Tivemos empresas que respeitaram o acordo, oferecendo custo de
produção e tivemos aquelas que simplesmente não participaram da negociação do
preço do tabaco. Ficamos sentidos porque a Lei de Integração determina que deve
existir negociação equilibrada. No entanto, tivermos avanços e colocamos regras
bem-definidas para negociar. Os produtores estão bem representados nessas
negociações e é importante que se interessem pelas reuniões”.
As reuniões
subsequentes, com seis empresas, não lograram êxito. Com o objetivo de buscar
uma equiparação das tabelas de preço e rentabilidade para o produtor, a
proposta da representação para cada empresa é a variação do custo de produção
mais 5 pontos percentuais.
PROPOSTAS DAS EMPRESAS:
- Universal Leaf:
Variação do custo de produção
Virgínia: 6,31%
Variação do custo de produção
Burley: -2,11%
Proposta de reajuste de 6,31%,
para as duas variedades
- Alliance One:
Variação do custo de produção
Virgínia: 5,92%
Variação do custo de produção
Burley: -3,02%
Proposta de reajuste de 6,42%,
linear, para as duas variedades
- China Brasil Tabacos:
Variação do custo de produção
Virgínia: 9,37%
Proposta de reajuste de 5%
- CTA:
Variação do custo de produção
Virgínia: 7,79%
Variação do custo de produção
Burley: 0,18%
Proposta de reajuste de 6,5% para
as duas variedades
- UTC
Variação do custo de produção
Virgínia: 7,28%
Variação do custo de produção
Burley: 0,54%
Proposta de reajuste de 6,28% para
as duas variedades
- BAT
Variação do custo de produção
Virgínia: 7,55%
Variação do custo de produção
Burley: -0,86%
Proposta de reajuste de 7,55% para
as duas variedades
“Os produtores do Burley
podem comemorar um retorno positivo das reuniões, pois foram contemplados com
uma boa lucratividade, o que nos deixa, como entidades, muito satisfeitos.
Porém, no Virgínia, não podemos e não vamos aceitar que as empresas apresentem
propostas de reajuste de preço que não atinjam nem a variação do custo de
produção. Isso só faz com que o sistema integrado seja enfraquecido. Negociação
de preço é para trazer lucratividade para o produtor. Ou seja, custo de
produção é obrigação; um percentual a mais, é valorização. E isso é fundamental
para garantir a continuidade de uma cadeia produtiva que sempre foi exemplo
para outras culturas”.
Uma nova rodada de negociação com
as empresas está prevista para o dia 25 de janeiro. Os membros da comissão
representativa dos fumicultores esperam que as empresas revejam as suas
propostas e tragam proposições positivas no próximo encontro.
SAIBA MAIS - A comissão
representativa dos produtores de tabaco é formada pela Associação dos
Fumicultores do Brasil (Afubra) e pelas Federações da Agricultura (Farsul,
Faesc e Faep) e dos Trabalhadores Rurais (Fetag, Fetaesc e Fetaep) do Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. As reuniões dessa semana ocorreram na
sede da Afubra, em Santa Cruz do Sul/RS, tendo como pauta a tabela de
preço do tabaco para a safra 2023/2024.
Da redação do Portal de
Notícias Com informações da Afubra.
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Jornalista Responsável – Marcos A. Bedin – MTE SC
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