O retorno ao trabalho presencial ou híbrido, cada vez mais frequente nas empresas brasileiras, revive um dilema em diversas cidades: o da mo...
O retorno ao trabalho presencial ou híbrido, cada vez mais frequente nas empresas brasileiras, revive um dilema em diversas cidades: o da mobilidade urbana.
O vai e vem das pessoas intensifica o trânsito. Há mais carros nas ruas, e as estruturas de transporte público precisam estar bem azeitadas.
Grandes empresas, porém, tentam ajudar nesse fluxo diário. São companhias, geralmente, que têm grandes operações fora de capitais e que dependem dos trabalhadores da metrópole para funcionar. Nesse caso, elas disponibilizam fretes corporativos que trazem e levam seus funcionários da casa para o trabalho.
A operação, porém, pode ser bem trabalhosa. Grandes empresas acabam empregando centenas, senão milhares de pessoas, e gerir a frota de todos esses funcionários pode dar um trabalhão -- e custar caro. Às vezes o empregado se muda e não faz mais a rota, e não tem mais necessidade de um ônibus passar num ponto específico, por exemplo.
A espanhola BUSUP Brasil ajuda essas companhias a cuidar das frotas de trabalhadores. A empresa faz a intermediação entre empresas de ônibus e operações que precisam de transporte corporativo. Além disso, ajuda a traçar as rotas mais curtas e menos custosas -- e as mantém atualizadas.
A startup nasceu na Espanha em 2016 com a ajuda de sócios brasileiros. Por aqui, chegou em 2018. Hoje, a companhia fatura 162 milhões de reais — e 60% desse faturamento já vem do Brasil.
Como a Busup nasceu
A startup de gestão de frotas para empresas nasceu em 2016 da junção de três sócios espanhóis e do brasileiro Danilo Tamelini.
Tamelini é de uma família dona de uma frota de ônibus. Em 2015, num evento no Brasil, os sócios espanhóis foram contratados para organizar o deslocamento dos convidados. Na ocasião, contrataram a empresa da família de Tamelini para fornecer os veículos e fazer o translado.
Na mesma época, chegavam ao Brasil os aplicativos de transporte, como Uber, e a discussão sobre mobilidade estava muito aquecida. Os espanhóis viram uma oportunidade de desenvolver um projeto na área, e convidaram Tamelini para embarcar na ideia.
No ano seguinte, submeteram o projeto de um negócio para um fundo europeu e conseguiram captar 1,4 milhão de euros para desenvolver uma startup. Nascia assim a Busup.
Dois anos depois, a empresa também estacionou pelo Brasil, hoje já o principal mercado para a startup. Por aqui, contam com clientes como Amazon, JBS, Mercado Livre, Grupo Casas Bahia e O Boticário.
O crescimento da Busup no Brasil está bem atrelado ao retorno das pessoas aos escritórios e postos de trabalho presenciais. Hoje, 60% do faturamento da companhia é em solo brasileiro.
“Algumas empresas, no final de 2022 estavam em home office e depois voltaram para o híbrido ou presencial. Essa é uma fatia do crescimento”, diz. “Tivemos upselling de clientes operacionais para administrativos. Teve também a chegada de novos clientes”.
Mas o grande impulsionador para a Busup foi a consolidação do mercado de e-commerce. Um contrato grande com a Amazon fez com que a receita crescesse significativamente.
“Dos 10 maiores varejistas do Brasil, atendemos seis”, afirma Tamelini. “São operações que rodam de segunda a segunda, que não param”.
Para esse ano, estão mirando um crescimento na casa de dois dígitos para Brasil e global. “Nosso grande objetivo é o Ebitda positivo”, diz. “Queremos chegar a isso em outubro deste ano, globalmente”.
Em números absolutos, a Busup quer faturar 250 milhões de reais neste ano, e 500 milhões de reais até 2026.
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