Planta com ação expectorante ajuda no tratamento de doenças respiratórias. Secretaria de Saúde completa 30 anos de produção ininterrupta d...
Planta com ação expectorante ajuda no tratamento de doenças respiratórias. Secretaria de Saúde completa 30 anos de produção ininterrupta de guaco
Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Willian Cavalcanti
Neste ano, a Secretaria de Saúde (SES-DF) completa 30 anos de produção ininterrupta do guaco com finalidades medicinais. Originário da Mata Atlântica brasileira, o guaco é uma planta utilizada para tratamento de doenças respiratórias devido a sua ação expectorante.
O guaco produzido na rede pública de saúde do DF se destaca pela qualidade, uma vez que a espécie plantada pela SES-DF é superior à comumente utilizada na indústria. “O guaco que trabalhamos na Farmácia Viva é a mikania laevigata, que estudos demonstram ser sete vezes superior a mikania glomerata, muito usada na indústria”, explica a farmacêutica chefe da Farmácia Viva de Planaltina, Isabele de Aguiar.
Lá, o cultivo da planta é realizado em parceria com pacientes do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que auxiliam nos cuidados diários ou na triagem das plantas medicinais. Além disso, parte do cultivo também é realizado por alunos do Instituto Federal de Brasília (IFB) no campus de Planaltina.
Neste ano, o centro já produziu 3.737 frascos de xaropes e entregou 307 pacotes da planta in natura para uso na forma de preparações caseiras. A produção atende a vinte Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da região, com alta demanda.
Produção
Com boa adaptação ao clima do cerrado, seja em dias de muito calor ou de chuva, as folhas são produzidas com facilidade no DF. Para a produção do xarope, é necessário em média 10 dias, sendo que a maior parte é destinada para a colheita e secagem das folhas, que leva de 6 a 7 dias. A produção do xarope, em si, leva três dias.
“Quanto menor o tempo entre a colheita e o produto final, maior são a qualidade e a eficácia do produto, porque você tem um menor tempo de acondicionamento do insumo farmacêutico ativo”, explica o farmacêutico chefe do Núcleo Farmácia Viva, localizado no Riacho Fundo, Nilton Luz.
Na região, o guaco é cultivado na área reservada para plantas medicinais anexa ao Núcleo de Farmácia Viva e, principalmente, na Fazenda Modelo do Complexo Penitenciário da Papuda, pertencente à Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap). Por meio do convênio com a Funap, mais de 325 quilos de guaco foram colhidos na Fazenda da Papuda, cuidada pelos próprios sentenciados.
Para o farmacêutico da SES-DF, a produção do fitoterápico pelos sentenciados demonstra a importância da matéria prima, não somente para a saúde, mas para o aspecto socioambiental e educativo. “A maioria da nossa área de produção é na Funap. Os sentenciados, além de participarem do início do processo de plantio, aprendem sobre o uso da planta e diminuem o tempo de pena”, explica.
De acordo com dados do Núcleo de Farmácia Viva da região, de 2000 a 2023, foram produzidas 211.738 unidades do xarope de guaco, sendo que o ano passado registrou a maior produção dos últimos três anos, com 16.807 frascos da planta.
Em 2024, já foram produzidos 13 lotes do xarope, com a última safra colhida no início de maio, totalizando 5.332 frascos distribuídos. Enquanto isso, de 1º de janeiro de 1994 até 1º de janeiro de 2024, foram produzidas e distribuídas mais de 40 mil unidades do chá medicinal.
Orientações
Para ter acesso ao guaco, é necessária a apresentação do Cartão Nacional de Saúde (CNS) e de uma receita em duas vias nas farmácias das Unidades Básicas de Saúde (UBS) cadastradas (confira a lista aqui). Atualmente, médicos, odontólogos, farmacêuticos e enfermeiros têm prescrito o uso do guaco com fins medicinais.
Antes de usar o xarope, deve-se agitar o frasco e observar a medida correta, conforme descrito no rótulo, utilizando e lavando o dosador após o uso. O xarope de guaco deve ser armazenado em um local protegido da luz e da umidade. Além disso, após o tratamento, o líquido restante deve ser descartado. Por ser um produto natural, após aberto, pode perder a eficácia se armazenado por muito tempo.
Da redação do Portal de Notícias com a fonte da Agência Saúde-DF
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