Enfermidade infecciosa grave, não transmissível, é causada pela bactéria 'Clostridium tetani' e pode levar ao óbito Ingrid Soares, d...
Enfermidade infecciosa grave, não transmissível, é causada pela bactéria 'Clostridium tetani' e pode levar ao óbito
Ingrid Soares, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
Espasmos musculares no rosto, pescoço, maxilar e abdômen, insuficiência respiratória, febre e dores pelo corpo. Esses foram os sintomas que levaram o pedreiro José Carlos Lopes, 59, a buscar auxílio médico. Em 2022, ele foi diagnosticado com tétano acidental após ferir a perna em um pedaço de metal solto no portão de casa.
“Depois de dez dias, senti meu corpo todo travado, tinha falta de ar, muitas dores. Isso ocorreu porque minha vacina estava vencida. Fiquei oito dias internado no Hospital Regional de Ceilândia [HRC] recebendo tratamento. Graças a Deus não sinto mais nada. O atendimento foi muito bom e os médicos preparados”, conta o morador do Paranoá. “Hoje conscientizo meus colegas também, já levei a turma toda ao posto para vacinar. O certo é prevenir”, acrescenta.
A doença infecciosa grave, não transmissível, é causada pela bactéria Clostridium tetani. A contaminação ocorre quando esporos da bactéria penetram na pele e/ou mucosas por meio de ferimentos de qualquer tipo. Além de objetos metálicos contaminados, o indivíduo pode contrair a enfermidade ao entrar em contato com fezes de animais, água suja, solo contaminado, entre outros.
Caso a pessoa se machuque ou tenha sido exposta a algum fator de risco, é essencial a limpeza da ferida com água e sabão. Ao perceber sinais, deve-se procurar imediatamente uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e o tratamento adequados. Entre os sintomas típicos estão contrações musculares rítmicas, intermitentes e incontroláveis. Elas têm início, geralmente, em pequenos músculos, como no tórax, podendo evoluir de forma generalizada.
Diagnóstico e tratamento
A responsável técnica pela Vigilância Epidemiológica do Tétano na SES-DF, Joana Castro, destaca a alta taxa de letalidade da enfermidade. A cada dez indivíduos que contraem a doença, três evoluem para óbito. “Essa bactéria sobrevive por anos no ambiente”, diz. “Potanto, se um trabalhador da construção civil, por exemplo, que não está usando o Equipamento de Proteção Individual [EPI] e mexe em material de construção pode ser contaminado se apresentar o mínimo machucado na mão ou se ferir no momento”, explica.
O diagnóstico de tétano é feito clinicamente, de acordo com os sintomas apresentados pelo paciente. O tratamento é baseado em uso de soro antitetânico (SAT) ou imunoglobulina antitetânica (IGHAT), além de antibióticos, sedativos e relaxantes musculares.
Prevenção
O melhor caminho para evitar o contágio é por meio da vacinação disponível na rede da Secretaria de Saúde (SES-DF). O calendário de rotina do DF preconiza a administração da vacina aos 2, 4 e 6 meses de idade, com a dose pentavalente (DTP + Hepatite B + HIB). Recomenda-se o reforço com a tríplice bacteriana (DTP) aos 15 meses e 4 anos de idade. A partir daí, outro reforço deve ser feito a cada dez anos. Vale destacar ainda que toda pessoa grávida deve tomar a vacina dTpa a cada gestação.
A gerente da Rede de Frio Central da SES-DF, Tereza Luiza Pereira, acrescenta que, em alguns casos, o reforço da vacina pode ser antecipado. “Pelo protocolo, se no intervalo de dez anos a pessoa se machucar com alguma coisa considerada de risco e que tenha se vacinado há mais de cinco anos e menos de dez, antecipamos”, ressalta. “O tétano é uma bactéria que existe no ambiente e não há como erradicar. Então, qualquer pessoa está suscetível. A vacinação em dia pode fazer a diferença”, completa.
Da redação do Portal de Notícias com a fonte da Agência Saúde-DF.
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