Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF A deputada Dayse Amarilio ressaltou que não é por acaso que o segmento da saúde é composto por 85% de p...
Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF
A deputada Dayse Amarilio ressaltou que não é por acaso que o segmento da saúde é composto por 85% de profissionais do sexo feminino: "um verdadeiro reflexo do cuidado que é quase inato a nós mulheres"
Na manhã desta segunda (17), a Câmara Legislativa do Distrito Federal homenageou profissionais femininas da saúde que contribuem diariamente para o avanço e a humanização dos serviços médicos no DF. A iniciativa da procuradora especial da mulher e presidente da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) da Casa, deputada Dayse Amarilio (PSB), também abordou a importância da paridade de gênero na saúde e do ensino presencial na formação dos profissionais da área.
O evento contou com a presença de Sandra Soares Costa e de Janete Ribeiro Vaz, presidente e da vice-presidente do Conselho de Administração do grupo Sabin, respectivamente; Sara Silva, defensora da Saúde da Mulher e assessora técnica do Ministério da Saúde; e Kelly Cristina Costa, secretária de assuntos jurídicos do Sindicato dos Enfermeiros do DF e sócia do Instituto Wanda Horta. Participaram, também, o deputado Max Maciel (Psol), a presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM-DF), Lívia Vanessa Ribeiro Gomes Pansera, e a fundadora das Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde (SUS), Ena Galvão.
Na abertura da solenidade, Dayse Amarílio destacou que, apesar dos desafios para alcançar direitos básicos, desde piso salarial a jornada digna de trabalho, as mulheres predominam nos serviços de saúde, principalmente relacionados à assistência aos pacientes. “Não é por acaso que o segmento da saúde é composto por 85% de profissionais do sexo feminino, um verdadeiro reflexo do cuidado que é quase inato a nós mulheres”, afirmou a parlamentar.
Ensino em saúde
Durante o encontro, Sara Silva, defensora da Saúde da Mulher, analisou a crescente adoção do ensino a distância por instituições privadas, metodologia importante durante a pandemia, mas que, atualmente, prejudica a interação entre futuros profissionais da saúde com o ambiente médico e os doentes. “Não quero dizer que não é possível essa modalidade híbrida já que esse processo também nos ajudou e nos ajuda, mas para ter cuidado humanístico associado a técnica e ao olhar holístico precisamos estar próximos, ter contato”, salientou.
A assessora técnica do Ministério da Saúde também enfatizou a importância de incorporar a visão holística no atendimento, uma forma de considerar o paciente como um todo – corpo, mente e espírito –, não apenas mais um indivíduo que precisa de tratamento. “Trabalhamos muito a parte tecnicista, de fazer um procedimento e esquecemos de adotar para o paciente olhar humanista. Quando conseguimos associar a técnica com esse olhar humanista com o olhar holístico, podemos começar a ofertar uma assistência de qualidade”, reafirmou.
Sara Silva finalizou com uma reflexão a respeito da baixa representatividade negra nos espaços de saúde, que afeta a qualidade do atendimento da população e espelham as oportunidades profissionais além da questão de gênero. “Se olhamos para as mulheres negras, reduzimos a mortalidade materna, doenças crônicas e as desigualdades”, reforçou.
Paridade de gênero
Presidente do grupo Sabin, Janete Ribeiro Vaz, ressaltou a necessidade alimentar a autoestima e conscientizar a capacidade das mulheres para atuar em cargos de maior responsabilidade, não apenas na saúde, mas em outras áreas. “O que impede a mulher de avançar é o medo de errar. Ela não se candidata porque tem medo de não dar conta, mas nenhum homem pensa nisso quando se candidatar”, afirmou.
A deputada Dayse Amarílio reforçou que a parceria dos homens na luta contra a desigualdade de gênero é fundamental para transformar políticas públicas, além de alavancar a valorização feminina nos ambientes profissionais. “Para vencer o que estamos vivendo, inclusive em relação ao feminicídio e a questão do machismo estrutural, precisamos começar a falar para os homens também”, reforçou.
“Não queremos poder, mas precisamos ocupar espaço de poder para mudar a onde estamos” — Janete Ana Ribeiro Vaz, presidente e cofundadora do Grupo Sabin
Janete Ribeiro exaltou as políticas internas do Sabin para evidenciar a capacitação feminina, uma vez que, apesar de ocuparem a grande maioria dos cargos de saúde em todo Brasil, o número de mulheres em cargos de gerência no setor é baixo.
“Quando olhamos a liderança feminina na saúde, o percentual cai para 25%. Temos orgulho de, hoje, de 77% de mulheres, 74% estão em cargos de liderança no Sabin”, afirmou.
Ao fim do evento, as participantes que compuseram a mesa foram prestigiadas com moções de louvor. Lucilene Florêncio, secretária de Saúde do Distrito Federal; Fátima Sousa, enfermeira e professora da Universidade de Brasília (UnB); Jacinta de Fátima Sena da Silva, presidente da Associação Brasileira de Enfermagem Nacional (Aben); Ethel Leonor Noia Maciel, secretária de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde; e Mayanne Carvalho Pimentel, sócia-fundadora da Corpus Saúde Integrada, também receberam as homenagens.
Amanda Gonçalves (estagiária) - Agência CLDF
Foto: Rinaldo Morelli/Agência CLDF
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