Com lançamento da nova política nacional, expectativa é criar grupos matriciais para atendimento humanizado de pacientes Larissa Lustoza e M...
Larissa Lustoza e Michelle Horovits, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura
Após o lançamento, em maio, da Política Nacional de Cuidados Paliativos (PNCP), a Secretaria de Saúde (SES-DF) se prepara para implementar no Distrito Federal as estratégias e as diretrizes estabelecidas pelo normativo. O objetivo é proporcionar atendimento de forma mais humanizada a pacientes que enfrentam doenças graves, crônicas ou em finitude. Dentre as ações estão a habilitação de novas equipes e o fortalecimento das já existentes na rede.
“Estamos com curso aberto para capacitar e qualificar outros profissionais. A ideia é criar grupos matriciais que multipliquem o conhecimento”, adianta a referência técnica distrital (RTD) da SES-DF, Cristiane Cordeiro. A qualificação será voltada apenas a profissionais de saúde, com foco na formação completa de médicos, enfermeiros e outros servidores interessados em atuar na área de cuidados paliativos. Na pasta, o serviço já é realizado por equipes dos hospitais regionais de Samambaia (HRSam), Asa Norte (Hran), Ceilândia (HRC), Taguatinga (HRT) e Região Leste (HRL, no Paranoá).
Uma proposta mais humana
Os cuidados paliativos, conceito definido em 1990 e atualizado em 2017, buscam reduzir a dor e o sofrimento de pacientes com doenças em estágios avançados, graves ou terminais, se estendendo ainda aos familiares e/ou responsáveis. Nesse contexto, o suporte deve ser multidisciplinar, no qual se considera sintomas físicos e emocionais.
No Brasil, cerca de 625 mil pessoas precisam desse tipo de atenção. Diante do número e pensando em uma experiência mais digna e confortável a pacientes, familiares e cuidadores, o Ministério da Saúde lançou em maio deste ano a PNCP. A norma é resultado de uma mobilização popular e de especialistas rumo ao aprimoramento de serviços já ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A Portaria GM-MS nº 3.681 estabelece a criação de 1,3 mil equipes em todo o território nacional. Nesse sentido, haverá um grupo matricial para cada fração de território com 500 mil habitantes de uma mesma macrorregião de saúde e outro assistencial a cada 400 leitos habilitados no SUS.
Pontapé na implementação
Na última sexta-feira (14), gestores e profissionais da Saúde se reuniram para discutir os primeiros passos de implantação da nova política na rede do DF. Presente no encontro, a pediatra do HRC e integrante da Associação Distrital de Cuidados Paliativos (ADCP), Andréa Nogueira Araújo, destacou que a capital possui potencial para executar as diretrizes impostas pela portaria, mas que a educação será o pilar nessa construção.
Na mesma linha, a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, ressaltou que o cuidado paliativo é um divisor de águas, necessitando, contudo, de conscientização profissional e cultural. "É comum o pensamento de enxergar a Unidade de Terapia Intensiva [UTI] como o único lugar para levar o paciente que passa por um momento difícil e extremamente delicado. E isso não é verdade. O [cuidado] paliativo deve andar com a mudança, especialmente, de como entendemos e enfrentamos a morte”, avaliou.
Da redação do Portal de Notícias com a fonte da Agência Saúde-DF
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