Discussão ocorreu nesta terça-feira (25), na Câmara dos Deputados. No Brasil, doença é a terceira mais comum entre homens e a quarta entre...
Discussão ocorreu nesta terça-feira (25), na Câmara dos Deputados. No Brasil, doença é a terceira mais comum entre homens e a quarta entre mulheres
Michelle Horovits, da Agência Saúde-DF
Nesta terça-feira (25), a Câmara dos Deputados promoveu debate sobre o combate ao câncer de pulmão, com participação de parlamentares, profissionais de saúde e especialistas da área. Representando a Secretaria de Saúde (SES-DF), a referência técnica distrital (RTD) de Oncologia, Carla Morais, defendeu o rastreamento e o diagnóstico precoce no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em 2023, segundo estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pulmão apareceu como o terceiro mais comum entre os homens e o quarto entre as mulheres brasileiras. "Atualmente, apenas 15% dos pacientes com a doença são diagnosticados nos estágios iniciais, que são potencialmente curáveis", apontou Morais. "O rastreamento, portanto, é uma ferramenta importante no processo de cura. Ele seria realizado por meio de uma tomografia de baixa dose de radiação em indivíduos classificados como de alto risco para desenvolver a doença", acrescentou.
Entre os grupos mais suscetíveis estão aqueles com um histórico de consumo anual de 20 maços de cigarro, com idades entre 50 e 80 anos, tabagistas ativos ou que deixaram de fumar há menos de 15 anos. "É um tipo de doença ainda muito agressiva e com alta incidência, sem um programa nacional de rastreamento estabelecido. No entanto, a literatura médica já demonstra claramente os benefícios dessa estratégia, com uma redução de até 26% na mortalidade por câncer de pulmão", afirmou a RTD durante o debate.
Hoje, a SES-DF trabalha com programas de rastreamento de câncer de mama, colorretal, próstata e colo uterino com o exame "Papanicolau". Para a especialista, a prevenção é ainda a melhor forma de evitar o tipo pulmonar; e a medida mais eficaz é cessar o tabagismo, responsável por 85% a 90% de todos os casos.
O cigarro eletrônico é, de acordo com Morais, um dos grandes vilões da atual geração, uma vez que contém quantidades maiores de nicotina, desencadeando dependência química. "Estudos científicos têm demonstrado que esses dispositivos também contêm substâncias tóxicas e cancerígenas, causando danos aos pulmões e ao sistema cardiovascular", reforçou.
Como parar de fumar?
Na capital federal, a SES-DF oferece mais de 80 unidades de tratamento de tabagismo, espalhadas por todas as regiões de saúde. Em 2023, 1.673 pessoas procuraram o serviço oferecido pela rede pública no DF: 647 completaram o tratamento e 337 deixaram de fumar, cerca de 20,1% do total. Ainda assim, a estratégia é considerada bem-sucedida. Isso porque os pacientes podem tentar várias vezes e agregar experiências. Tratar questões emocionais, identificação de gatilhos para o uso e o apoio coletivo fazem parte do processo de cura.
"Para vencer o hábito de fumar, o acompanhamento é fundamental. Faz diferença para o resultado a pessoa ter acesso a uma unidade próxima ao seu domicílio, onde possa não só frequentar o consultório médico, mas também o grupo de aconselhamento, onde é possível trocar experiências", explicou o gerente de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis e Promoção à Saúde da SES-DF, Adriano de Oliveira.
Da redação do Portal de Notícias
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