Serviço Multidisciplinar de Atendimento a Fissurados é referência na região Centro-Oeste e já atendeu mais de duas mil pessoas Thaís Cavalca...
Thaís Cavalcante, da Agência Saúde-DF | Edição: Willian Cavalcanti
Carinho, cuidado e acolhimento. Essas são as palavras mais usadas pelos pais e pacientes de fissura labiopalatina para destacar o trabalho multidisciplinar ofertado pelo Hospital Regional da Asa Norte (Hran), referência no tratamento da malformação que mais acomete a face do ser humano.
“Quando chegamos aqui no Hran, fomos abraçados pela equipe. Nos passaram muita tranquilidade e nos acolheram com todos os nossos medos”, ressalta Natália de Oliveira, mãe do pequeno Danton, 2 anos, que nasceu com a fissura labial.
Ela explica que o diagnóstico de Danton foi feito ainda na gestação por meio de uma utrassonografia morfológica e, desde então, os pais começaram a procurar informações sobre o assunto. “Antes mesmo dele nascer, passamos por aqui e a equipe multidisciplinar nos deu orientação e acolhimento”, lembra.
A história de Danton é contada pelo pai, o escritor Luiz Lukas Copaseut, no livro “Meu Sorriso Singular”, lançado na última segunda-feira (24), Dia de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina. “De certa forma, o livro é uma celebração da vida do Danton e das crianças que nascem com a fissura labiopalatina”, ressalta. Danton é o paciente mais novo a ser atendido pelo serviço do Hran, com a primeira consulta aos dois dias de vida.
Bruna Borges, 34 anos, mãe de Cristiano, 5 anos, também destaca o atendimento excepcional no Hran. “Desde o sexto mês de gestação, a equipe daqui me acompanha, me dando todo o suporte”. Cristiano fez a primeira cirurgia aos sete meses e a segunda com um ano e sete meses. Em meio ao tratamento da fissura labiopalatina, a mãe aponta que ele é uma criança “sapeca, que corre e conversa muito”.
Depois de procurar tratamento para o filho até em São Paulo, Loyane Barbosa encontrou no Serviço Multidisciplinar de Atendimento a Fissurados do Hran a ajuda que precisava. Ela é mãe de Pedro Rafael, 12 anos, que passou por cirurgia para correção da má formação em 2016, aos 4 anos. “Passamos por um grande percurso até saber do tratamento aqui no Hran. No momento que mais precisamos de acolhimento, achamos aqui. A equipe é dez”, avalia. Atualmente, Pedro Rafael realiza o tratamento no hospital com acompanhamento odontológico e tem uma vida normal.
Tratamento de referência
Marconi Delmiro, médico cirurgião plástico e coordenador do Serviço Multidisciplinar de Atendimento a Fissurados do Hran, explica que o tratamento começa com três a seis meses de vida e vai até a adolescência ou até a fase de adulto jovem, dependendo da complexidade do caso. “São inúmeras cirurgias, do lábio, do palato, de enxerto alveolar, cirurgia no nariz (rinoplastia), cirurgia de avanço de maxilar, dentre outras. É um tratamento longo e complexo”, informa.
O tratamento é longo, mas os pacientes conseguem a reabilitação, muitas vezes, sem o comprometimento da fala ou de outra sequela provocada pela malformação. “Precisamos dessa conscientização de que a doença tem tratamento e que a gente consegue devolver a criança ao convívio social antes da fase escolar”, explica o médico do Hran.
Serviço de Atendimento aos Fissurados do Hran
O Serviço Multidisciplinar de Atendimento aos Fissurados do Hran funciona desde 2013, atendendo pessoas vindas de várias regiões do Brasil e, atualmente, tem cadastrados mais de dois mil pacientes entre crianças, adolescentes e adultos. Funciona segunda-feira, das 13h às 18h, para consultas de avaliação (primeira consulta) e nos demais dias, das 8h às 18h, para consultas agendadas com profissionais da equipe
Conscientização
A lei 14.404/2022 instituiu o dia 24 de junho como o Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina. A data foi criada para divulgar informações sobre a malformação congênita e contribuir para a diminuição do preconceito com as pessoas acometidas.
Da redação do Portal de Notícias
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