Foto 1: Painel de abertura do Congresso Cidades Lixo Zero propõe que oum amplo acordo social é o caminho para transformação de cidades. Foto...
Foto 1: Painel de abertura do Congresso Cidades Lixo Zero propõe que oum amplo acordo social é o caminho para transformação de cidades.
Foto 2: Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, enfatizou a importância de mudar a cultura do descarte para uma cultura do cuidado com o próximo e com meio ambiente.
O III Congresso Internacional Cidades Lixo Zero começou nesta terça-feira (25), com o painel de abertura intitulado "Acordo Social: Um Caminho para a Transformação de Cidades". Participaram representantes do setor público e privado, incluindo os secretários e seus representantes de Turismo, Mulher, Ciência, Tecnologia e Inovação, Meio Ambiente e Proteção Ambiental, além do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Fecomércio do Distrito Federal e representantes do Ministério do Meio Ambiente.
Kadmo Côrtes, Vice-Presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, destacou a importância do evento para a troca de conhecimentos e práticas bem-sucedidas na gestão de resíduos. Côrtes enfatizou que Brasília precisa liderar essa mudança.
Silvio de Moraes, presidente da SLU, mencionou que Brasília é a terceira cidade mais limpa do Brasil, graças ao trabalho de mais de 5 mil garis e 1.500 catadores, reunidos em 42 cooperativas. Ele alertou sobre a capacidade limitada do aterro sanitário e a necessidade de separar os materiais recicláveis na fonte.
Alexandre Vilarino, representante da secretária de Tecnologia e Inovação do GDF, apresentou o programa Reciclotech, que em 5 polos espalhados pelo distrito Federal, capacita jovens em carreiras tecnológicas através da coleta de resíduos eletrônicos.
Cristiano Araújo, secretário de Turismo do GDF, destacou que Brasília já pode ser promovida como a capital do Lixo Zero, onde o lixo orgânico e seco são tratados de maneira inteligente.
Gutemberg Gomes, secretário de Meio Ambiente do GDF, enfatizou a transversalidade da gestão ambiental e a importância de parcerias com escolas, universidades e o governo federal. Destacou a necessidade de proteger o Cerrado e a Caatinga, combater a grilagem de terras, e implementar tecnologia para monitoramento ambiental, defendendo a educação ambiental e o engajamento da sociedade.
Marcos Sorrentino, diretor do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, abordou a urgência das mudanças climáticas, destacando a necessidade de profundas mudanças culturais para a continuidade da espécie humana no planeta. Ele enfatizou que a educação ambiental não se limita à gestão de resíduos, mas abrange nosso modo de ser e estar no mundo, incluindo hábitos de consumo e dieta. Sorrentino destacou a importância de criar alternativas à dependência da proteína animal e criticou práticas agrícolas como monoculturas que degradam o solo. Ele defendeu a aprendizagem com tradições ancestrais africanas e indígenas para um uso sustentável dos recursos naturais.
Sorrentino ressaltou a necessidade de expandir uma rede global de cidadãos comprometidos com um novo contrato social e ecológico, visando proteger as gerações futuras. Segundo ele, enfrentar as crises ambientais exige seriedade e ação imediata, pois os eventos extremos já são realidade. Ele propôs iniciativas como a compostagem da poda das árvores em quadras, exemplificando com práticas de Ponte Vedra, na Espanha. Para ele, o Distrito Federal pode liderar pelo exemplo no Brasil, demonstrando a viabilidade do lixo zero através de educação contínua e monitoramento ambiental. Sorrentino concluiu afirmando que políticas públicas de gestão ambiental devem ser uma missão contínua e integrada entre governos e sociedade.
Durante a abertura do Congresso Internacional Cidades Lixo Zero, Rodrigo Sabatini, presidente do Instituto Lixo Zero Brasil, expressou sua gratidão pelo evento, destacando que ele é resultado de um trabalho árduo e da dedicação de muitos. Sabatini revelou que o instituto está presente em 10% das cidades brasileiras, com mais de 500 cidades envolvidas, mais de 2.000 embaixadores e cerca de 50 mil voluntários atuando como consultores em diversos locais. Ele enfatizou que o Instituto Lixo Zero não possui funcionários e que, no ano anterior, recebeu mais de um milhão e trezentas mil horas de voluntariado.
Sabatini ressaltou a importância de fortalecer conexões interpessoais e princípios éticos, criticando a cultura do descarte, a obsolescência programada e o consumo massificado. Ele afirmou que o foco do Lixo Zero é na autonomia dos indivíduos, inspirado pelos ensinamentos de Paulo Freire, e enfatizou que líderes devem praticar o que pregam, propondo que prefeitos adotem práticas de lixo zero em seus próprios escritórios.
Ele comparou o evento a uma aldeia, com a criação de três ocas no Museu da República para fomentar discussões nas esferas econômica, social e de governança, visando um pacto de convivência social e ambiental. Sabatini destacou que o resíduo sólido não é um fim, mas um meio para a transformação e para o consumo consciente. Ele frisou que a solução para a crise ambiental reside na cultura do cuidado com o indivíduo, com o próximo e com o planeta.
O evento reúne mais de 60 palestrantes internacionais, vindos de diversas partes do Brasil e do mundo, e se propõe como espaço de trocas de saberes. “Ninguém veio apenas para aprender ou ensinar, mas para compartilhar vivências e se emocionar, fortalecendo a comunidade comprometida com o lixo zero” encerrou Sabatini.
Prêmio Cidade Lixo Zero
Ao término do painel, Topázio Neto, prefeito de Florianópolis, recebeu o prêmio de Cidade Lixo Zero do Brasil. A capital catarinense foi reconhecida pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) como a cidade com o serviço de limpeza urbana mais bem-sucedido do país, destacando-se por seu compromisso com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Ao longo do evento, Neto compartilhará as iniciativas que estão transformando Florianópolis na primeira Cidade Lixo Zero do Brasil.
O evento segue até 27 de junho com palestras e workshops práticos, reunindo especialistas e promovendo trocas de saberes em sustentabilidade e gestão de resíduos.
Serviço
III Congresso Internacional Lixo Zero
Acordo Social - Um caminho para transformação de cidades
Cursos e Workshops:
Período matutino: 09h às 12h nos dias 26 e 27 de junho
Período vespertino e noturno: 14h às 20h nos dias 25, 26 e 27 de junho
Estruturas Principais:
Oca Principal: Acordo Social e Ambiental
Ocas Secundárias: Governança, Social e Econômica
Cada oca secundária possui três salas temáticas por dia com exemplos internacionais, ONGs de boas práticas, educação LZ, compostagem, racismo ambiental e empoderamento feminino, economia verde e humanizadoras, política desperdício zero, catadores, entre outros.
Oficinas práticas.
Oficina: Oficina de Envelopamento de caixas
Data: 26 de Junho
Horário: 10h às 12h
Organizadora: Ellen Peregrino
Local: Sala 3 - Oca Governança
Curso: Compostagem Pedagógica, Comunitária e Municipal para Cidades Lixo Zero
Data: 26 de Junho
Horário: 9h às 12h
Organizador: CEPAGRO (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo)
Local: Sala 7 - Oca Econômica
Curso: Capacitação de Gestores Públicos
Data: 27 de Junho
Horário: 9h às 12h
Organizador: Recicla Latas
Local: Sala 7 - Oca Econômica
Curso: Oficina Representa Lixo Zero
Data: 26 de Junho
Horário: 9h às 12h
Organizador: Recicla Latas
Local: Sala 9 - Oca Econômica
A inscrição para o Congresso Internacional Cidades Lixo Zero é gratuita e será feita através do site www.cidadeslixozero.com.br
Créditos: Wesley Amaral
Da redação do Portal de Notícias
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