Numa iniciativa das Coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros sedi...
Numa iniciativa das Coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros sediou, nesta terça-feira (22/10), o Dia de Aconselhamento e Testagem Rápida para o diagnóstico da sífilis, HIV e hepatites B e C. A iniciativa, implementada em conjunto com o Serviço de Atenção Especializada (SAE) Ampliado de Montes Claros, fez parte das ações de mobilização do Outubro Verde, mês do combate à sífilis congênita.
A sífilis é transmitida por meio de relações sexuais desprotegidas, sangue ou produtos sanguíneos (agulhas contaminadas ou transfusão com sangue não testado), além da transmissão da mãe para o filho em qualquer fase da gestação, no momento do parto ou pela amamentação. O tratamento é estendido aos parceiros sexuais e é feito com antibióticos, além de ser acompanhado com a realização de exames clínicos e laboratoriais para avaliar a evolução da doença.
Adriana Barbosa Amaral, referência técnica na Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros explica que, “embora sendo um agravo de fácil diagnóstico e que tem cura, a incidência da doença está crescendo no Norte de Minas, assim como em várias regiões do país e do mundo. Por isso, as ações de educação em saúde implementadas pelos municípios são de fundamental importância no sentido de disseminar informações para a população, além de intensificar a realização de testes rápidos nas unidades de saúde”.
Como parte das ações de mobilização dos municípios e da população, nesta terça-feira, Adriana Amaral concedeu entrevista à Intertv Grande Minas sobre as ações do Outubro Verde. A entrevista pode ser acessada através do link https://globoplay.globo.com/v/13032855/
Por sua vez, Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) na SRS Montes Claros, observa que “o trabalho dos serviços de Vigilância em Saúde, aliado aos profissionais das unidades básicas de saúde, é de fundamental importância para disseminar as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento adequado da sífilis. Isso porque, o êxito dessas ações tem impacto importante na contenção da transmissão da doença, inclusive das gestantes para os bebês, além de evitar as formas mais graves e, consequentemente, a ocorrência de óbitos”, pontua a coordenadora.
Outras medidas importantes que a SRS recomenda que os municípios devem manter durante todo o ano são as ações de educação sexual envolvendo as diversas faixas etárias da população. Entre as atividades o foco deve ser direcionado ao planejamento familiar; ao pré-natal; às ações voltadas para o público presente nas salas de espera das unidades de saúde, escolas e universidades, além dos grupos de maior vulnerabilidade, constituído por pessoas do sexo masculino com idade entre 20 e 29 anos.
No caso do diagnóstico de sífilis em gestantes, a taxa de detecção saltou de 5,7% em 2012 para 32,4% em 2022. Já a taxa de incidência de sífilis congênita para cada grupo de mil nascidos vivos passou de 4% em 2012 para 10,3% em 2022.
Em Minas Gerais o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) revela que, entre 2018 e 2022, foram contabilizados 80.788 casos de sífilis adquirida. A taxa de detecção, que em 2018 era de 69,8% por 100 mil habitantes, saltou em 2022 para 99,6%.
No caso de sífilis em gestantes, entre 2018 e 2022 foram notificados 27.901 casos de sífilis. A taxa de incidência que em 2018 era de 20,7% passou para 27,3% em 2022.
Quanto à transmissão de sífilis de gestantes para bebês, entre 2018 e 2022, o Sinan revela que Minas Gerais contabilizou 10.911 casos. A taxa de incidência varia entre 7,2% a 9,5% para cada grupo de mil nascidos vivos.
Também na área da SRS, a taxa de frequência de sífilis em gestantes está aumentando. Saltou de 174 notificações, em 2017, para 335 casos no ano passado. Por outro lado, entre janeiro e julho deste ano foram notificados 205 novos casos positivos para a doença. A taxa de incidência está em 24,5%.
Ainda na área de atuação da SRS, a taxa de frequência de sífilis transmitida de gestantes para bebês vem caindo, embora ainda esteja se mantendo acima da média nacional e do estado. Entre 2017 e julho deste ano foram notificados 1.068 casos e a taxa de incidência está em 11,3% para cada mil nascidos vivos. A média de incidência do estado é de 9,5% e a do país 10,3%.
O Sistema de Agravos de Notificação aponta que, entre 2017 e 2024, ocorreram 36 óbitos por sífilis na área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros. Trinta e dois casos tiveram como vítimas bebês; três casos foram diagnosticados como sífilis adquirida e um óbito envolveu uma gestante.
No Norte de Minas, foram selecionadas as seguintes instituições: Hospital Municipal de Bocaiúva; Hospital Municipal Senhora Santana, de Brasília de Minas; Unidade Mista Municipal Dr. Brício de Castro Dourado, de São Francisco; Hospital Municipal São Vicente de Paulo, de Coração de Jesus; Hospital Municipal de Francisco Sá; Fundação de Assistência Social de Janaúba (Fundajan); Hospital e Maternidade Nossa Senhora das Graças, de Monte Azul; Hospital Municipal de Januária; Hospital Funrural, de Manga; Santa Casa de Montes Claros; Hospital Universitário Clemente de Faria, também sediado em Montes Claros; Hospital Dr. Moisés Magalhães Freire, de Pirapora; Hospital Municipal Dr. Oswaldo Prediliano Santana, de Salinas; e o Hospital Santo Antônio, de Taiobeiras.
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