Nos dias 17 e 18/10, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) - Campus Governador Valadares - foi palco...
Nos dias 17 e 18/10, o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) - Campus Governador Valadares - foi palco do Seminário Integrador de Prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs); uma iniciativa firmada pela parceria entre Superintendência Regional de Saúde (SRS) e a Secretaria Municipal de Saúde de Governador Valadares. O evento reuniu gestores, coordenadores de Atenção Primária à Saúde (APS), Vigilância em Saúde e Vigilância Epidemiológica, médicos, enfermeiros, dentistas, acadêmicos de odontologia e medicina, residência multiprofissional, coordenadores e referências técnicas da Unidade Regional, contando com a ampla participação dos municípios da macrorregião Leste.
A agenda foi motivada pela crescente necessidade de aprimorar a abordagem regional referente a prevenção de ISTs, com base nas reuniões frequentes entre as referências técnicas da regional de Governador Valadares.
Entre os principais temas abordados durante o seminário, destacaram-se as atualizações sobre o manejo clínico das ISTs, com foco em estratégias para aumentar a detecção e melhorar o tratamento de casos de sífilis em gestantes, hepatites virais e HIV/Aids. A importância do diagnóstico precoce foi reforçada como uma das rotinas essenciais à redução da transmissão vertical, especialmente no contexto da sífilis congênita (doença transmitida da mãe com sífilis não tratada, ou tratada de forma não adequada para criança durante a gestação), que continua sendo um desafio da saúde pública.
Cláudio Neto, referência técnica da Atenção Primária à Saúde (APS) e da Rede Cegonha de Governador Valadares, enfatiza que o seminário é extremamente necessário, principalmente devido à alta rotatividade de profissionais nas unidades de saúde, especialmente nos níveis de assistência primária. "As informações precisam ser constantemente repassadas e o seminário nos oferece a oportunidade de garantir a continuidade da educação permanente", afirma. Ele ressalta também a importância de se abordar as Infecções Sexualmente Transmissíveis de forma padronizada em toda a macrorregião de saúde.
A dentista Silvania Almeida salienta que há uma necessidade urgente de informar tanto os profissionais quanto a população sobre as ISTs, pois é uma questão de saúde pública muito importante. “A realização deste seminário é de extrema relevância para trazer o foco de volta a esse tema, reforçar a conscientização e a prevenção das ISTs", finaliza.
Edvânio Félix Junior, acadêmico de odontologia, destacou que o seminário foi de grande importância para todos os participantes, proporcionando um conhecimento valioso sobre as doenças e suas formas de prevenção. Ele relata: “A prevenção é um dos pilares da odontologia, e eventos como este nos ajudam a estar mais preparados para lidar com os desafios da profissão."
Os resultados esperados com essa iniciativa incluem melhorias significativas no manejo clínico das ISTs, proporcionando um diagnóstico mais ágil e preciso, o que contribuirá para o tratamento precoce e eficaz dessas infecções.
Para o dirigente regional de saúde, Romulo Gusmão, agendas dessa natureza são sempre uma oportunidade valiosa como recurso para despertar nos profissionais uma visão da importância das ISTs no contexto de morbimortalidade do território. “Em nossa região, a mortalidade materna e infantil ocupam um lugar de destaque no âmbito das prioridades sanitárias locais, sendo as ISTs um grupo de doenças relevante diante desse grande tema”.
Romulo Gusmãos acrescenta ainda que não se pode também perder de vista o aumento da sífilis, que chama a atenção no cenário epidemiológico, e a incidência silenciosa de hepatites. Segundo ele, é preciso qualificar e fortalecer os processos de trabalho de toda a rede de atenção à saúde nesse sentido, de modo integrado à Vigilância em Saúde, para que seja tratada esta agenda complexa. “Esperamos, em breve, poder observar desdobramentos dessa iniciativa nos desfechos clínicos e consequentemente, nos indicadores do sistema de saúde da macrorregião”, disse.
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