Com o objetivo de reforçar as ações de vigilância laboratorial, visando agilizar o diagnóstico de várias doenças, a Secretaria de Estado d...
O anúncio dos avanços conquistados nos últimos dois anos pela SES-MG foram feitos nesta sexta-feira, 8 de novembro, em Montes Claros, por Renee Silva Carvalho, coordenador estadual de laboratórios de saúde pública. Ele foi um dos palestrantes do Seminário Macrorregional de Arboviroses que, em dois dias, reuniu mais de 700 profissionais de saúde de 86 municípios do Norte de Minas.
Ao ministrar palestra sobre diagnóstico e vigilância laboratorial, Renee Carvalho reforçou a necessidade dos municípios disponibilizarem à população o acesso a exames bioquímicos e de hemograma para o diagnóstico de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, chikungunya e zika), além da coleta de amostras a serem enviadas ao laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), para a realização de exames complementares. “Identificar os vírus circulantes em todas as regiões do estado é importante para que os gestores tenham condições de definir as melhores estratégias de ações para o enfrentamento das arboviroses”, frisou Renee Carvalho.
O coordenador observou que até a pandemia da covid-19, além do laboratório da Funed, sediado em Belo Horizonte, o Estado possuía outros cinco laboratórios macrorregionais, sendo um em Montes Claros. Porém, para que as diversas regiões do Estado passem a ter condições de agilizar os serviços de vigilância laboratorial, a SES-MG já definiu o funcionamento de unidades sentinelas para a coleta de amostras de pacientes com suspeita de terem contraído arboviroses.
Além disso, aliado a investimentos para o funcionamento de centros colaboradores, a SES-MG viabilizou o credenciamento de consórcios intermunicipais de saúde que passam a ser os responsáveis pelo recebimento e o transporte de amostras até o laboratório da Funed.
Na abertura do segundo dia do Seminário, a superintendente regional de saúde de Montes Claros, Dhyeime Thauanne Pereira Marques, lembrou que “o trabalho dos gestores e profissionais de saúde na estruturação dos serviços de vigilância laboratorial é de fundamental importância para que a região consiga implementar ações eficientes no atendimento de demandas de saúde da população. Isso evitará que muitas pessoas evoluam para situações graves de saúde, com risco de virem a óbito”.
Visita
Aproveitando a realização do Seminário Macrorregional de Arboviroses em Montes Claros, Renee Carvalho a superintendente estadual de vigilância epidemiológica, Aline Lara Cavalcante Oliva, e a coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, visitaram as instalações do Centro Colaborador da SMS e o laboratório da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), sediado no Hospital Universitário Clemente de Faria. “No Centro Colaborador, administrado pela Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros, foi possível conhecer a estrutura já existente e o trabalho de adequação das instalações para o funcionamento do laboratório de biologia molecular", disse Agna. “A visita ao Laboratório da Unimontes, que conta com o envolvimento de profissionais com expertise no desenvolvimento de pesquisas de doenças endêmicas no Norte de Minas, como Chagas, esquistossomose e leishmaniose, viabiliza à SES-MG estudar a possibilidade de ampliação de parceria com a Universidade visando o fortalecimento das ações de vigilância laboratorial no estado”, completou a coordenadora. Renee Carvalho avalia que “a ampliação da rede laboratorial traz como vantagens para a SES-MG as instituições estarem mais próximas das demandas dos territórios nas quais estão sediadas; a otimização da logística e a proximidade dos técnicos com as referências municipais de saúde”.
O serviço
Os Centros Colaboradores, instituídos em 2022 pela SES-MG, são unidades laboratoriais especializadas, e estão inseridos em secretarias municipais de saúde; universidades estaduais ou federais; centros de pesquisa ou em entidades filantrópicas. Devem apresentar instalações físicas, equipamentos, protocolos técnicos e profissionais aptos para desenvolver atividades relacionadas à vigilância laboratorial em amostras biológicas.
As instituições credenciadas atuam na investigação das arboviroses dengue, zika, chikungunya, febre amarela, febre do Nilo Ocidental, febre de Mayaro e infecção pelo vírus oropouche.
Também atuam na investigação de síndrome gripal ou síndrome respiratória aguda grave associada ao coronavírus, influenza e outros vírus respiratórios; doenças febris, entre elas, febre maculosa; meningoencefalite viral; viroses emergentes ou reemergentes (hantavirose, Poxvírus) e outros patógenos que venham a emergir em Minas Gerais.
Para viabilizar a descentralização da vigilância laboratorial, a SES-MG disponibilizou R$ 52,3 milhões para que as instituições, por meio da técnica de biologia molecular, possam atuar na investigação de doenças de notificação compulsória. Para o Norte de Minas foram disponibilizados mais de R$ 3,5 milhões.
Nenhum comentário