A Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu no dia 20/12, em Coração de Je...
A Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros concluiu no dia 20/12, em Coração de Jesus e em São João do Pacuí, o trabalho de intensificação das ações de investigação e controle da febre amarela. Vísceras de sete macacos encontrados mortos na zona rural dos municípios foram encaminhadas para análise no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.
O trabalho foi conduzido pela referência técnica da SRS Montes Claros, Bartolomeu Teixeira Lopes, com apoio de profissionais de saúde de São João do Pacuí e de Coração de Jesus. Desde 2023, a SRS Montes Claros está investindo nas ações de descentralização da coleta de amostras de animais para análise laboratorial.
“A iniciativa visa possibilitar que profissionais de controle de endemias dos municípios agilizem as investigações da circulação do vírus da febre amarela quando primatas são encontrados mortos nas zonas urbanas e rurais. As atividades são teóricas e práticas com foco na coleta, armazenamento e transporte de vísceras para análise laboratorial”, explica Bartolomeu Lopes.
A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, observa que, além da descentralização das coletas das epizootias, a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros tem reforçado junto aos municípios a importância do aumento das coberturas vacinais contra a doença.
“Em caso de surto, como o ocorrido entre 2016/2017, a vacina é o meio mais eficaz de proteção das pessoas”, observa a coordenadora.
As recomendações de vacinação contra a febre amarela são as seguintes: criança com 9 meses de vida, uma dose; crianças com 4 anos de idade, uma dose de reforço; pessoas entre 5 a 59 anos de idade, não vacinadas ou sem comprovante de vacinação, uma dose. A pessoa que recebeu uma dose da vacina antes de completar 5 anos de idade está indicada a tomar uma dose de reforço, independente da faixa etária.
Entre 1989 e 2023 foram notificados 1.116 casos de febre amarela em Minas Gerais. Desse total, 384 pessoas morreram por causa da doença. O período em que o Estado registrou maior número de casos notificados e óbitos por febre amarela aconteceu entre 2016 e 2018. Ao todo foram registrados 1.006 casos da doença e 340 pessoas morreram.
É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo caso suspeito, tanto morte de macacos, quanto casos humanos com sintomas compatíveis, devem ser prontamente comunicados pelos gestores de saúde dos municípios em até 24 horas após a suspeita inicial. Em seguida, os serviços estaduais de saúde devem notificar ao Ministério da Saúde (MS) os eventos de febre amarela suspeitos.
No ciclo silvestre, os macacos são os principais hospedeiros e amplificadores do vírus. Já no ciclo urbano o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica. A transmissão da febre amarela ocorre a partir de vetores infectados, entre eles o mosquito Aedes aegypti, também transmissor da dengue, febre chikungunya e zika.
O aplicativo é monitorado pelo Centro de Informação em Saúde Silvestre da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e foi elaborado para que qualquer pessoa possa registrar, on-line ou off-line, suas observações de maneira rápida e simples, contribuindo de forma direta nas tomadas de decisões relativas à prevenção de doenças em animais e pessoas.
Em março deste ano, a Coordenadoria de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros ocupou lugar de destaque nacional na Premiação 10+ Colaboradores do SISS-Geo 2023. Nas comemorações dos dez anos do Centro de Informação em Saúde Silvestre, Bartolomeu Teixeira Lopes ficou em segundo lugar na Categoria Profissionais de Saúde, Ambiente e Outros Órgãos. A solenidade de premiação ocorreu no dia 26/3, no Museu da Vida, no Rio de Janeiro.
Outros quatro profissionais do Norte de Minas obtiveram posição de destaque na Premiação 10+ Colaboradores do SISS-Geo 2023. Foram eles: Gilberto Ramalho Pereira e Valdeir Cardoso dos Santos, que atuam no Centro de Controle de Zoonoses de Montes Claros e que foram classificados em 5º e 6º lugar, respectivamente; e Sebastião Leandro Soares Santana, Agente de Combate às Endemias (ACE) em São João do Pacuí, classificado na 9ª colocação.
Já o professor, Filipe Vieira de Abreu, que atua no campus Salinas do Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), foi um dos seis profissionais de destaque na categoria “Embaixadores 2023”.
Da redação do Portal de Notícias
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