Minas Gerais encerra 2024 com redução de 66% no desmatamento do Cerrado

Índice de alertas emitidos é o menor da série histórica de seis anos, com 67,5 km². Ações de fortalecimento da fiscalização ambiental justif...

Índice de alertas emitidos é o menor da série histórica de seis anos, com 67,5 km². Ações de fortalecimento da fiscalização ambiental justificam queda na área de desmate ilegal.

Minas Gerais encerra 2024 com bons motivos para comemorar. Dados do Sistema de Detecção de Desmatamentos em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mostram que o estado reduziu em 66% o índice de alertas de desmatamento, alcançando o menor número da série histórica de seis anos.

Considerado o maior bioma do estado, o Cerrado teve, entre agosto e novembro de 2024, 67,5 km² de alertas de desmatamento. Índice bem inferior ao registrado no mesmo período de 2023, quando o Sistema de Detecção acusou 204,2 km² de desmate ilegal. 

O percentual de queda registrado pelo estado é mais expressivo ao observado no Brasil como um todo. No cenário nacional, houve uma redução de 48,4% no desmatamento do Cerrado. 

Além disso, o índice de 67,5 km² registrados em Minas foi o melhor da série histórica de seis anos. Até então, a menor proporção de alertas de desmatamento do estado registrados entre agosto e novembro havia sido em 2022, quando o sistema Prodes/Inpe constatou 70,3 km² de ações ilegais contra o Cerrado.

Ações ostensivas em 2024

A queda dos números reflete as ações ostensivas adotadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) neste ano. Ao todo, foram nove operações de fiscalização somente no Cerrado, com o objetivo de verificar supressão de vegetação nativa e incêndios florestais, além do transporte, armazenamento e consumo de carvão vegetal.

Como resultados dessas ações, foram suspensas as atividades em 8.809,05 hectares, onde foram constatadas intervenções ambientais realizadas através da supressão de vegetação nativa do Cerrado realizadas sem a devida autorização, sendo gerados, aproximadamente, R$ 130 milhões em autuações.

Somente na operação especial Adsumus III, foram suspensas as atividades de supressão de vegetação nativa em 6.540,63 hectares, que totalizaram a aplicação de R$ 65.602.002,76 em autuações. A ação foi realizada em uma grande área do Cerrado mineiro localizada nos municípios de Montalvânia, Juvenília, Bonito de Minas, Chapada Gaúcha, Formoso, Manga, Jaíba e Matias Cardoso.

As operações foram executadas conjuntamente com as Unidades Regionais de Fiscalização da Central Metropolitana, Alto São Francisco, Noroeste e Jequitinhonha, Polícia Militar de Meio Ambiente, Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

“Nosso esforço teve resultado prático. Contamos com a ajuda e a parceria do MPMG, da PCMG, da Polícia Militar de Meio Ambiente entre outros órgãos que sempre estiveram conosco em diversas forças-tarefas tão necessárias para reduzirmos um dado negativo e preocupante, como o desmatamento, e nós, enfim, obtivemos esse resultado positivo”, destaca o subsecretário de Fiscalização Ambiental da Semad, Alexandre Leal.

Investimentos em tecnologia

Em 2024, Minas Gerais deu outro grande passo no combate aos crimes ambientais com a inauguração das Salas de Inteligência e de Situação de combate ao desmatamento. As novas estruturas, implantadas pela Semad, têm se mostrado instrumentos essenciais na coleta e análise de dados sobre desmatamento ilegal e alterações na cobertura da vegetação nativa.

As salas oferecem uma base tecnológica robusta, composta por computadores de grande capacidade, painéis de vídeo e equipes especializadas. Estes recursos são utilizados para monitorar, com maior precisão, áreas sob risco de desmatamento e irregularidades no setor de carvão vegetal em Minas Gerais.

Com o auxílio das novas tecnologias, o combate ao desmatamento no Bioma Mata Atlântica também obteve avanços. De acordo com os dados mais recentes, de janeiro a outubro de 2024, o desmatamento foi reduzido em 37,35% quando comparado ao mesmo período de 2023. A área desmatada caiu de 6.180,84 hectares para 3.871,74 hectares, um reflexo direto das ações mais eficientes promovidas pelas Salas de Inteligência e de Situação.

Da redação do Portal de Notícias