Na manhã do dia 16/1, técnicos da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá estiveram em Tabuleiro para auxiliar na estruturação e orientaçõe...
Na manhã do dia 16/1, técnicos da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá estiveram em Tabuleiro para auxiliar na estruturação e orientações de ações preventivas e de enfrentamento à Oropouche, em um esforço para intensificar a vigilância e controle do agravo, após a confirmação de 12 casos na região (11 do município de Tabuleiro e um de Ubá).
Tabuleiro faz divisa com o município de Piau, que atualmente ocupa a segunda posição no ranking estadual de casos confirmados da doença. Essa proximidade contribui para que as arboviroses, que são doenças virais transmitidas por insetos artrópodes, sejam propagadas em nível regional devido ao trânsito das populações e a presença do principal vetor, que para a Oropouche é o inseto Culicoides paraensis, conhecido como ‘maruim’ ou ‘mosquito-pólvora’.
“Por isso mesmo, estamos em Tabuleiro preparando as equipes de saúde para fomentar ações de prevenção, controle vetorial e manejo clínico", contou Fábio Ribas, coordenador de Vigilância em Saúde da GRS Ubá. “Em capacitação com a equipe da Secretaria Municipal de Saúde, abordamos o cenário epidemiológico; atualizamos as orientações para vigilância da Oropouche, essencial para detecção de novos casos; além de abordarmos atividades preventivas e aspectos clínicos”, completou o coordenador.
O que é a Oropouche
Os sintomas são semelhantes aos da dengue: dor de cabeça intensa, dor muscular, náusea e diarreia. “Abordamos como fazer o diagnóstico diferencial, que é feito principalmente por via laboratorial, após observados os aspectos clínicos e epidemiológicos”, explicou Josiel da Silva Ferreira, técnico da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde da GRS Ubá.
Outros sintomas como dor de cabeça, tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, sensibilidade dos olhos à luz, náuseas e vômitos também são relatados. “Os sintomas duram de 2 a 7 dias. Porém a recorrência é uma possibilidade entre 1 a 2 semanas após o início dos sintomas iniciais”, acrescentou Josiel, relatando que podem ocorrer de forma menos frequente agravamentos e óbitos, visto que no país já foram confirmados óbitos (inclusive fetal) e outros estão em fase de investigação para saber se há ligação com a Oropouche.
Tratamento
Atualmente, não se dispõe de vacinas nem medicamentos antivirais específicos para prevenir ou tratar a Oropouche, e a abordagem de tratamento é de suporte, com foco no alívio da dor, repouso, hidratação e controle de vômitos. A evolução geralmente é benigna, com recuperação em uma semana. Em situações em que a doença se manifesta de forma grave, como a forma neuroinvasiva, o paciente necessitará de internação hospitalar.
Medidas de prevenção e controle
No que diz respeito às características ambientais, foi observado que os casos são predominantemente residentes de áreas rurais de municípios de pequeno porte, com perfil de agricultura de subsistência, principalmente com cultivo de café, cacau e banana. As larvas do mosquito se desenvolvem em habitats úmidos como florestas tropicais, margens de rios, solos úmidos e com muita matéria orgânica, e buracos de árvores, o que favorece a alimentação das larvas em períodos secos.
A prevenção é fundamental para reduzir o risco de exposição ao vírus que provoca a Oropouche, especialmente em áreas com presença do vetor transmissor, o maruim. As principais recomendações incluem:
Uso de roupas protetoras: vestir calças compridas, camisas de mangas longas e calçados fechados;
Evitar a exposição ao vetor: reduzir o contato com maruins, principalmente ao amanhecer e no fim da tarde;
Instalação de telas e mosquiteiros: usar telas de malha fina (gramatura inferior a 1,5 mm) nas janelas e mosquiteiros em camas e berços;
Repelentes: embora a eficácia contra maruins não seja comprovada, o uso de repelentes pode auxiliar na proteção contra outros insetos;
Óleo corporal: passar óleo corporal na pele pode ajudar, pois o maruim é muito leve, fica grudado no óleo, e não consegue picar;
Manejo ambiental: manter o ambiente limpo e evitar o acúmulo de material orgânico, como folhas e frutos em decomposição;
Cuidados especiais com gestantes: gestantes devem evitar atividades que envolvam risco de exposição ao vetor, como limpeza de quintais.
Da redação do Portal de Notícias
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