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Doença de Chagas: Unimontes, SES-MG e Fiocruz realizam oficina em Monte Azul e Mato Verde para planejar o reforço da vigilância

Numa ação conjunta da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e da Fundaç...


Numa ação conjunta da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os municípios de Monte Azul e Mato Verde sediaram nos dias 27 e 28/3, duas oficinas com o objetivo de definir o planejamento de ações sobre a vigilância da doença de Chagas para melhor entender as vias de transmissão da doença. O trabalho integra propostas de ações do Projeto Saúde Única, coordenado pela Unimontes e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

A professora do Departamento de Biologia Geral e coordenadora do Laboratório de Doenças infecciosas e Parasitárias (LADIP) da Unimontes, Thallyta Maria Vieira, explica que, “além da apresentação de questões relacionadas à doença de Chagas, as oficinas contam com a participação de representantes das instituições envolvidas no projeto e visam integrar os diferentes setores da saúde e da pesquisa sob a perspectiva de uma só saúde para o planejamento de ações integradas de vigilância”.

Por esse motivo, entre as instituições convidadas para participar do planejamento estão representantes de igrejas; associações atuantes em comunidades rurais; gestores municipais e profissionais que trabalham em serviços de atenção primária à saúde e da vigilância, principais portas de entrada da população no Sistema Único de Saúde (SUS).

Nos debates realizados em Monte Azul e Mato Verde a SES-MG foi representada por Andreia Oliveira Dias Temponi, referência estadual dos programas de Vigilância e Controle da Esquistossomose, Doença de Chagas e Unidade de Vigilância de Zoonoses; pela coordenadora de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes; e pelas referências técnicas das Coordenadorias de Vigilância Epidemiológica e de Saúde, Nilce Almeida Fagundes e Bartolomeu Teixeira Lopes. 

Também participam das oficinas a líder de grupo triatomíneos e coordenadora do Centro Colaborador Saúde e Ambiente da Fiocruz, Lileia Gonçalves Diotaiuti; a coordenadora do Laboratório de Referência em Triatomíneos, Sílvia Hermelinda Barbosa Leite; e Rita de Cássia Moreira de Souza, vice-diretora de ensino da Fiocruz.  A Unimontes foi representada pela pesquisadora Jamille Lula; alunos do curso de graduação em biologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde.

Agna Menezes observou que a união de esforços entre a Unimontes, Secretaria de Estado de Saúde e a Fiocruz “é de fundamental importância para o enfrentamento da doença de Chagas no Norte de Minas, pois o agravo ainda é um dos principais problemas de saúde existentes no país, por ser bastante negligenciado além de estar associado às condições de vida da população em situação de vulnerabilidade econômica e social”. 

Dados da Fiocruz estimam que, no mundo, entre 6 e 8 milhões de pessoas têm a doença e mais de 75 milhões moram em áreas de risco de transmissão. Por outro lado, aproximadamente 12 mil pessoas morrem anualmente por causa de Chagas em todo o mundo e, desse total, cerca de oito mil óbitos têm como vítimas bebês que se infectaram durante a gravidez ou no parto.

Diante da grandeza dos números do cenário epidemiológico, com elevada carga de doença e morte, Agna Menezes ressaltou que “a doença precisa de permanente atenção por parte do poder público, incluindo o reforço e integração das ações de vigilância epidemiológica e de saúde com os serviços municipais de atenção primária e especializada”.

Pesquisa

As oficinas do Projeto Saúde Única realizadas em Monte Azul e Mato Verde integram projeto de pesquisa do professor da Unimontes, Sílvio Fernando Guimarães de Carvalho, voltado para a avaliação da transmissão da doença de Chagas no Norte de Minas sob uma perspectiva de saúde única. 

“O objetivo principal desse estudo é a avaliação epidemiológica da doença de Chagas e o rastreio de áreas de transmissão do parasito no município de Mato Verde e Monte Azul, visto que esses municípios possuem uma alta prevalência de infecções. Como objetivo final, espera-se ter um grande impacto na saúde e um maior reconhecimento das relações entre o ser humano, os animais e o ecossistema compartilhado”, explicou Sílvio Carvalho.

A proposta da pesquisa é avaliar a situação de saúde de pessoas com idade a partir dos quatro anos. O trabalho será dividido em seis fases: rastreio da população de maior risco para a doença de Chagas; rastreio de vetores e reservatórios; investigação do parasito por sequenciamento; capacitação de profissionais de saúde; mapeamento da transmissão da doença; divulgação e empoderamento das comunidades com a divulgação de informações e dados.

A professora Thallyta Vieira lembrou que o Projeto Saúde Única, que reforça a importância da cooperação internacional na pesquisa em saúde, conta com a parceria do Hospital Vall d’Hebron, na Espanha. 

“Representado pelo médico e pesquisador Israel Molina, o projeto busca compreender melhor as possíveis rotas de transmissão da doença, um fator essencial para a contenção e prevenção da doença de Chagas em nível global. A presença do médico Joan Roig Sanchis reforça o compromisso com a troca de conhecimento entre países, destacando a necessidade de uma abordagem integrada para enfrentar desafios sanitários transfronteiriços”, frisa a professora.

Por: Pedro Ricardo / Fotos: SRS Montes Claros 

Da redação do Portal de Notícias

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