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Saúde mental: pacientes do HCB encontram na dança uma pausa ao sofrimento

  Iniciativa busca amenizar sintomas emocionais e psicológicos de crianças em tratamento na unidade e seus familiares Larissa Lustoza, da Ag...

 Iniciativa busca amenizar sintomas emocionais e psicológicos de crianças em tratamento na unidade e seus familiares

Larissa Lustoza, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura

"Na ponta do pé. Agora um plié. Muito bem! Dá uma voltinha". Meninas e meninos mantêm os olhos focados nos comandos das professoras de balé. O cenário, porém, não é um estúdio ou uma academia, mas os corredores do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB). Por um instante, os pacientes mirins focam em algo leve e lúdico. 
 

Sob a supervisão de princesas e vilãs bailarinas, Alice, de 9 anos, pôde experimentar a dança, dando uma pausa na internação. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Alice Ferreira Cruz, 9, esticava os braços e tentava seguir cada passo. A pequena paciente foi diagnosticada com hiperplasia adrenal congênita - uma doença que afeta as glândulas suprarrenais, responsáveis pela produção de hormônios. Sob a supervisão de princesas e vilãs bailarinas, Alice pôde experimentar a dança, dando uma pausa na internação após a cistoscopia (exame que verifica a bexiga e a uretra). 

“Acho essa ação maravilhosa. Elas [as crianças] ficam mais alegres. Até eu fico! Estar aqui é bastante difícil para eles e para a gente", conta a mãe de Alice, Ariane Ferreira de Oliveira, 40. 

Voluntário, o projeto “Na Pontinha do Pé HCB” foi criado em 2016 e idealizado pela médica Luciana Monte, pneumologista pediatra no HCB e aluna de balé clássico há mais de 20 anos. A ideia é proporcionar experiências e recreações para amenizar os sintomas psicológicos e emocionais decorrentes das doenças graves e seus tratamentos. 

"Nosso lema é 'aliviar a dor em cada passinho'", explica a bailarina profissional e uma das voluntárias Jessica Caeli. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF 

A bailarina profissional e uma das voluntárias Jessica Caeli, 40, explica que o trabalho por meio da dança busca ressignificar a internação. “O nosso lema é 'aliviar a dor em cada passinho'. Tentamos abrandar a seriedade do ambiente hospitalar e a ansiedade que vem com os procedimentos pelos quais elas precisam passar", diz. "Quando um paciente tem que tirar sangue, por exemplo, mas não quer, pois sente medo, o incentivamos com passos de balé: 'Olha como a bailarina estica o braço'", conta. 

Para todos

As atividades desta sexta-feira (11) começaram com alongamentos típicos do balé. Aos poucos, os principais passos foram inseridos, como plié, skip e ponta do pé. A música clássica, sempre presente, divide as aulas com hits do momento. Personagens de contos de fadas também participam, com bailarinas fantasiadas, desta vez de Branca de Neve e Bruxa Má.

“O projeto consiste em dar aulas de balé aqui mesmo na entrada do hospital. Para incluir todo mundo, adaptamos. E assim, meninos e meninas dançam e se divertem. Depois da aula, passamos pelos corredores da internação", detalha Caeli.

Até o pequeno Pedro Henrique Gomes, de 3 anos, quis arriscar um "plié". Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

Encantado, Pedro Henrique Gomes, 3, admirava as personagens de contos de fadas, enquanto tentava um plié. A mãe Elen Raissa Gomes Evangelista, 29, demonstrou gratidão: “Meu filho gostou demais. Ele passou por um procedimento para retirar a pele na bexiga e apenas chorava. Só tenho que agradecer o trabalho que elas fazem."

Origem dos passinhos

O projeto iniciou após Monte enfrentar o desafio de convencer uma paciente de 2 anos a aceitar os tratamentos quando estava internada com pneumonia e insuficiência respiratória - ambas decorrentes de uma leucemia grave. O canal de interação encontrado foi o balé e, aos poucos, a pequena aceitou o uso da máscara de oxigênio e demais procedimentos. Na ocasião, a paciente havia confessado que o sonho era conhecer uma bailarina de verdade. 

A iniciativa atende crianças e jovens de 1 a 18 anos e seus familiares, independente da condição física e do gênero. Foto: Jhonatan Cantarelle/Agência Saúde-DF

As atividades se consolidaram e, desde então, são realizadas às sextas, exceto nos feriados, pela manhã ou à tarde, tanto nas dependências do ambulatório quanto na área da internação. A iniciativa atende qualquer criança de 1 a 18 anos e seus familiares, independente da condição física.

Voluntários

Sem fins lucrativos, o grupo é formado por voluntários. Para fazer parte, basta cumprir os seguintes requisitos:

  • Morar em Brasília;

  • Ter mais de 18 anos de idade;

  • Ter experiência com balé por pelo menos 5 anos;

  • Gostar de lidar com crianças;

  • Sentir-se à vontade em ambiente hospitalar;

  • Ter disponibilidade às sextas-feiras (horário da manhã ou da tarde)

  • Solicitar uma entrevista à coordenação geral do projeto por meio do e-mail: napontinhadope.hcb@gmail.com

Da redação do Portal de Notícias com a fonte da Agência de Saúde DF

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